A obrigatoriedade dos cardápios físicos nos estabelecimentos em Campinas acirrou também uma outra discussão: a da interferência do poder público. Será mesmo que há necessidade de se criarem leis ou decretos para esse tipo de discussão?
Eu não sei de que lado você que está lendo este texto está, mas eu como consultora da área de food service há mais de vinte anos sei que “quem manda no negócio é o cliente”, e sempre digo isso para os meus.
Se o público do estabelecimento é de jovens, nativos digitais, claro que a maioria deles prefere um cardápio digital, aqueles com layout atrativo, com cores e fontes do momento. Agora, se é um restaurante voltado para um público mais velho, melhor repensar a forma de apresentação do cardápio, já que eles, muitas vezes, não têm tanta facilidade com os aplicativos e QR Codes, ou mesmo gostam do prazer de ver e sentir o cardápio, que, aliás, se bem apresentado, faz toda a diferença.
A experiência de um estabelecimento vai muito além da comida e aí entram os cardápios físicos também. Sentir, tocar e passar um tempo ao lado do outro para a escolha do menu faz parte da experiência de pessoas mais velhas ao irem a um restaurante, diferentemente dos mais jovens, que gostam da conexão e do compartilhamento instantâneo.
Gosto de sugerir que os estabelecimentos tenham as duas versões, físicas e digitais, assim é possível agradar a todos os gostos. Vejo muita discussão sobre o assunto, até mesmo de pessoas que evitam ir a locais com cardápios exclusivamente digitais.
Por isso, ter as duas opções sempre será a melhor forma de agradar a todos, talvez não com imposições de leis ou decretos, apenas se atentando para as necessidades e gosto dos clientes.
Rachel Carvalhaes é consultora para food Service da C´est Prêt Consultoria