Pelo menos oito pessoas morreram em um ataque a uma igreja das Testemunhas de Jeová em Hamburgo, disse nesta sexta-feira (10) a polícia da Alemanha. As autoridades ainda não divulgaram o possível motivo para o tiroteio de quinta-feira (9) à noite na segunda maior cidade da Alemanha, no norte do país.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, lamentou o “ato de violência brutal”, sublinhando que os seus pensamentos estavam com as vítimas e respectivas famílias.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, também reagiu na rede social Twitter, afirmando-se “chocada com o terrível ato de violência”.
Também a comunidade das Testemunhas de Jeová disse que se encontrava “profundamente entristecida” com o ataque mortal contra os membros. “A comunidade religiosa está profundamente entristecida com a terrível morte dos seus membros”.
A polícia foi alertada para o tiroteio às 21h15 de quinta-feira (horário local) e informou que, depois de chegar ao local, ouviu um tiro num andar superior do edifício. Um porta-voz da polícia disse aos jornalistas que havia “indícios que o autor do ataque” pudesse estar no edifício, “possivelmente até entre os mortos”.
A agência de notícias alemã dpa informou que as equipes de socorro retiraram 18 pessoas, que escaparam ilesas, do edifício utilizado por Testemunhas de Jeová.
As Testemunhas de Jeová fazem parte de uma igreja internacional, fundada nos Estados Unidos no século XIX e sediada em Warwick, Nova York, reivindicando uma adesão mundial de cerca de 8,7 milhões de pessoas, com cerca de 170.000 na Alemanha.
As autoridades alemãs têm estado em alerta nos últimos anos perante uma dupla ameaça terrorista, de extremismo islâmico e de direita.
A Alemanha foi vítima de ataques de movimentos extremistas islâmicos, em particular um com um caminhão, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que causou 12 mortos em dezembro de 2016, em Berlim, o mais mortal do gênero cometido em solo alemão.
Os alemães continuam a ser um alvo de grupos extremistas islâmicos, em particular por causa do envolvimento do país na coligação contra o EI no Iraque, Síria e no Afeganistão.
Desde 2013 e até o final de 2021, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha quintuplicou, chegando a 615, indicou o Ministério do Interior alemão.
Depois de um alerta do Departamento Federal de Investigação norte-americano (FBI), as autoridades alemãs anunciaram dia 08 de janeiro a detenção de dois iranianos suspeitos de prepararem um ataque químico.
Uma outra ameaça é a extrema-direita, depois de vários ataques mortais nos últimos anos contra comunidades ou locais religiosos no país.
No ataque racista em Hanau, perto de Frankfurt, em fevereiro de 2020, um alemão envolvido num movimento de conspiração matou nove jovens, todos de origem estrangeira.
Entre 2000 e 2007, um grupo neonazista chamado NSU já tinha assassinado nove migrantes e um policial. Dois dos membros cometeram suicídio antes de serem detidos e o terceiro foi condenado a prisão perpétua.
(Agência Lusa)