O vazio invadiu os corações dos amigos e dos membros da família Yoshida. A cabelereira Antônia, de 77 anos, que foi levada pela força da enxurrada na trágica chuva que ocorreu em Barretos na tarde da última quinta-feira (6) foi sepultada neste domingo no Cemitério Municipal. Seu corpo foi encontrado por volta das 12h de sábado numa galeria pluvial que fica na esquina da Rua 16, com a Avenida 31. Trata-se ali de uma baixada, onde as águas de vários bairros e direções convergem. Fica nas imediações da Praça da Primavera, que ficou completamente inundada com a forte chuva. A galeria está localizada a aproximadamente 500m de onde Antônia Yoshida foi vista pela última vez. As galerias canalizam o Córrego São Sebastião.
Informações apuradas pelas equipes de resgate, com base em vídeos que circularam em grupos de WhatsApp indicam que Antônia estava num carro com a irmã. Ela mora no bairro Primavera, perto de onde foi levada pela forte enxurrada. Ela desceu do carro para fechar a porta do veículo que se abriu com a correnteza. Mas a velocidade da água a fez desequilibrar. As imagens dramáticas e fortes que mostram a cabelereira caindo e sumindo na água barrenta chocaram e entristeceram.
Antônia Yoshida, uma senhora muito conhecida na cidade, foi a única vítima fatal da forte tempestade que deixou Barretos praticamente “submersa” na semana passada. Os moradores da cidade, na Região Norte de São Paulo, a 330km de Campinas, viveram momentos de tensão e desespero com a forte chuva da última quinta-feira à tarde, conforme mostrou reportagem do Hora Campinas. Clique no link abaixo.
Barretos, uma cidade ‘submersa’; município decreta estado de calamidade pública após chuva
Carros arrastados pela enxurrada, casas e estabelecimentos comerciais invadidos pela água, pontes desabadas, asfalto destruído pela correnteza e pessoas ilhadas. O cenário foi de caos. Vídeos e fotos mostram a dimensão dos estragos. A área central foi uma das mais atingidas pela chuva.
A cidade tem uma característica topográfica que favorece as enxurradas mais fortes, em razão de suas ruas e avenidas em aclive e declive. Além disso, a área urbana é cortada por córregos, entre eles o Aleixo e o Pitangueiras. Este último, com 40km de extensão, é inclusive usado no abastecimento da cidade. Sem espaço para o escoamento, em razão da grande quantidade, a água barrenta percorreu os bairros em velocidade impressionante, destruindo tudo o que tinha pela frente.
O Município decretou estado de calamidade pública. A prefeita Paula Lemos (DEM) foi às redes sociais pedir solidariedade às famílias desabrigadas. Ela recebeu uma mensagem do governador João Doria (PSDB), que confirmou a liberação imediata de R$ 5 milhões para ajudar a cidade neste período de reconstrução.
Nesta segunda-feira, os trabalhos de conserto das avarias seguem na cidade. E as pessoas que perderam bens materiais estão buscando seguro ou pedindo ajuda para reconstruir seus patrimônios.