O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse nesta sexta-feira (26) que os militares do país estão modificando os aviões de combate para poderem transportar armas nucleares, em resposta a “possíveis provocações do Ocidente”.
“Quero que o Ocidente compreenda que não haverá helicóptero ou avião para o salvar, uma vez que decida agravar a situação”, ameaçou Lukashenko, um aliado convicto do presidente russo, Vladimir Putin, no contexto da invasão russa da Ucrânia.
“Putin e eu falamos uma vez em São Petersburgo que remodelaríamos os nossos aviões Sukhoi para que pudessem transportar armas nucleares. Pensaram que estávamos a dizer disparates? Bem, agora está tudo pronto!”, acrescentou em declarações citadas pela agência espanhola Europa Press.
Belarus não é uma potência nuclear, de acordo com as análises da comunidade ocidental, pelo que o processo de incorporação de armas nucleares nos seus aviões deve começar a partir do arsenal russo.
Nestas declarações, recolhidas pela agência noticiosa oficial Belta, o presidente não deu detalhes sobre como o trabalho pode ser feito ou está sendo desenvolvido.
Em vez disso, Lukashenko disse que ainda não percebe tensões na sua fronteira, por exemplo com a Polônia, aliada da Ucrânia no conflito. “O presidente da Polônia, Andrzej Duda, pode ter enlouquecido, mas os militares não são estúpidos, entendem qual pode ser a resposta”, disse.
“Em todo o caso, as relações com Belarus não devem ser agravadas porque também significa agravar as relações com o Estado da União, que tem armas nucleares”, acrescentou Lukashenko em relação à entidade política que compõem a Rússia e Belarus. “Se os problemas começarem, provavelmente sairá pior, mas a resposta será instantânea”, concluiu.
(Agência Lusa)