O diretor do hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, afirmou nessa sexta-feira (10) ter recebido “cinquenta cadáveres após o bombardeamento esta manhã de uma escola” da cidade de Gaza onde se encontravam abrigados muitos deslocados.
“Numerosos tanques [israelitas] estão estacionados a 200 metros da escola al-Buraq, na rua al-Nasr, e cercam quatro hospitais da zona”, indicou, por seu lado, o gabinete de imprensa do governo do movimento islamita palestiniano Hamas, desde 2007 no poder na Faixa de Gaza.
O Exército israelita, que não reagiu até agora a estas afirmações, tinha anunciado na quinta-feira à noite que uma das suas divisões efetuava importantes operações numa zona “muito, muito próxima” do hospital al-Shifa.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou, por sua vez, que Israel não pretende “governar ou ocupar” a Faixa de Gaza (de onde Israel retirou em 2005, após 38 anos de ocupação), mais de um mês após o início da guerra com o Hamas que levou a uma situação humanitária dramática.
O diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, apelou para o fim da “carnificina” na Faixa de Gaza.
“Arrasar bairros inteiros não é resposta para os crimes odiosos cometidos pelo Hamas. Pelo contrário, isso cria uma nova geração de palestinianos lesados, suscetíveis de perpetuar o ciclo da violência. A carnificina tem simplesmente que acabar”, declarou Lazzarini.
A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou no 35º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, quase 27.500 feridos, 2.450 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.