Anunciado nesta quinta-feira (11) como novo técnico do São Paulo, substituindo Dorival Júnior, que aceitou o convite da Seleção Brasileira, Thiago Carpini tentará dar sequência à linhagem de treinadores identificados com o futebol campineiro que fizeram sucesso em grandes clubes da capital paulista.
Em momento de ascensão na carreira, ganhando pela primeira vez a chance de assumir uma equipe do mais alto escalão, após recusar propostas de Santos e Cruzeiro, o jovem treinador de 39 anos tentará seguir os passos de nomes como Cilinho e Vadão, figuras históricas de Ponte Preta e Guarani, que conquistaram títulos no comando do São Paulo. Cilinho foi bicampeão paulista, em 1985 e 1987, e Vadão conquistou o Torneio Rio São Paulo, em 2001.
Ex-jogador de Ponte e Guarani, com passagem também como treinador do Bugre, Thiago Carpini buscará erguer o primeiro troféu de sua carreira em 2024.
Os dois primeiros desafios de Carpini no comando do São Paulo serão a Supercopa do Brasil, contra o Palmeiras, e o Campeonato Paulista. No comando do Tricolor Paulista, Carpini também viverá a experiência inédita de comandar um time na Série A do Campeonato Brasileiro e na Taça Libertadores da América.
Na temporada passada, Thiago Carpini foi eleito o melhor treinador do Campeonato Paulista, após levar o modesto Água Santa, de Diadema, ao inédito vice-campeonato estadual, perdendo apenas para o bicampeão Palmeiras na grande decisão.
Depois, convidado para assumir o comando do Juventude durante a Série B, ele tirou a equipe da zona de rebaixamento e conduziu ao acesso à elite nacional, terminando na segunda colocação, a melhor campanha da história do clube gaúcho na competição desde 1994, quando foi campeão.
Trajetória de Carpini
Nascido no dia 16 de julho de 1984, em Valinhos, na região de Campinas, Thiago Carpini iniciou sua carreira no futebol em 2004, aos 19 anos de idade, jogando na Segundona Paulista pelo Guarani Sumareense, de Sumaré, onde permaneceu até o final de 2005. Ele atuava como zagueiro e volante.
No ano seguinte, o atleta se transferiu para o Estrela do Norte, do Espírito Santo, mas logo retornou ao interior de São Paulo, contratado pela Ponte Preta para disputar a Série A do Campeonato Brasileiro de 2006, permanecendo no clube alvinegro até o fim do Campeonato Paulista de 2007.
Em maio de 2006, recém-chegado ao Majestoso, Thiago Carpini estreou sendo escalado logo de cara como titular pelo então treinador Marco Aurélio Moreira, ídolo pontepretano, numa vitória da Macaca por 1 a 0 sobre o Juventude, no dia 31 de maio de 2006, no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. Com apenas 10 vitórias naquele Brasileirão, a Ponte acabou rebaixada à Série B, como 17ª colocada, numa campanha que terminou sob o comando de Wanderley Paiva, outro ídolo da Macaca.
Ao todo, Thiago Carpini disputou 20 jogos pela Ponte Preta, mas não balançou as redes nenhuma vez.
Após deixar o Majestoso, Thiago Carpini defendeu outros clubes importantes como Atlético-MG e Bahia, rodou por equipes menores do futebol brasileiro, até chegar ao Guarani em 2014, ano em que o Bugre estava na Série A2 do Campeonato Paulista e na Série C do Campeonato Paulista.
Com a camisa do Guarani, que vestiu entre 2014 e 2016, Thiago Carpini acumulou 57 partidas, mas também sem nenhuma bola na rede. Após pendurar as chuteiras, em 2017, Carpini iniciou sua trajetória como treinador justamente no Brinco de Ouro, salvando o Bugre de um iminente rebaixamento à Série C, em 2019. Ele permaneceu no Guarani até agosto de 2020, sendo demitido no meio da Série B seguinte.
Ao todo, foram 32 jogos no comando do Guarani, com 11 vitórias. Depois disso, Carpini treinou clubes do interior paulista, como Oeste, Santo André e Inter de Limeira, até chegar ao Água Santa e despontar de vez.
No último jogo antes da paralisação de quatro meses do futebol brasileiro em decorrência da pandemia de Covid-19, o Guarani de Thiago Carpini conquistou uma incrível vitória de virada por 3 a 2 sobre a Ponte Preta, no Dérbi 196, disputado no dia 16 de março de 2020, no Brinco de Ouro, pela primeira fase do Campeonato Paulista. No clássico anterior, já com Carpini no comando bugrino, Guarani e Ponte não tinham saído de um empate sem gols, em novembro de 2019, também no Brinco, pela Série B.