Encontramos-nos meu caro leitor, minha cara leitora no mês de Janeiro, mês dedicado a cor branca, sabia disso? Assim como existe o Setembro Amarelo, o Outubro Rosa, o Novembro Azul cada qual com suas conscientizações no viés da saúde, assim também nós vivenciamos um Janeiro diferente do que muitos estão acostumados: férias, festividades, período de planejamento e indecisões. E é aí que mora o perigo, pois é nas indecisões que se escondem as angústias, já dizia o filósofo francês Jean-Paul Sartre que: “A gênese (a origem) da angústia são as possibilidades”. Antes dele um filósofo inglês chamado John Lock já havia proposto que somos tal como uma folha em branco! E cabe a quem preencher essa folha, escolher, decidir. Parabéns se você disse: Eu! (em primeira pessoa).
O Janeiro Branco é dedicado aos cuidados para com a saúde mental, foi criado em 2014 por Leonardo Abraão, um psicólogo mineiro. Janeiro, pois é período de supostas mudanças, promessas e decisões a serem tomadas. Não que as doenças psicossomáticas não ocorram em outros meses, muito pelo contrário: doenças mentais não têm hora nem lugar pra se manifestarem.
É de enorme importância esse espaço aqui, onde podemos expor essa realidade da saúde mental que infelizmente ainda sofre com preconceitos, como se a pessoa que recorra a uma ajuda psicológica seja fraca; penso o contrário, ela está sendo forte! É natural que se você tenha problemas intestinais você procure ajuda com um gastro, ou se você tenha dores no coração busque ajuda num cardio, por que então não buscar ajuda num psiquiatra ou psicólogo quando percebe que há excesso de ansiedade, preocupações, indecisões e sobrecarga emocional?
Alguém de fora, com opinião neutra, é sempre bem-vindo para nos auxiliar, é tal como um técnico de futebol que consegue ver o jogo bem melhor estando de fora do campo. A importância de ser neutro é que a vantagem é de não ser influenciado por sua história de vida e por suas vontades e desejos sempre sendo repetidos, além é claro de que o profissional que lhe atenderá tem preparo para ouvir, fazer as perguntas necessárias e tem o compromisso ético com o sigilo das informações ali expostas.
Não deixe para depois, não tenha medo de opiniões alheias, seja corajoso (a), é melhor expor agora seus conflitos emocionais quando ainda pequenos do que procurar ajuda quando já amadureceram e se transformaram em depressão, síndrome do pânico, tentativas de suicídio, vontade de sumir. Perceba quando lhe falta o prazer pelas pequenas coisas, quando lhe falta o apetite, ou o inverso; a fome desregrada, quando tem insônia ou dorme em excesso, não tenha medo, busque ajuda.
Sei muito bem que essa nossa era digital, intitulada como geração Z, não contribui em nada para a nossa saúde psíquica, ela serve para muitas coisas, menos para nossas emoções, tornando-nos cada dia mais imediatistas. Ai dos jovens de hoje se soubessem o que era enviar carta por correio e esperar o retorno delas. Hoje em dia, já ficam ansiosos porque a pessoa visualizou a mensagem e não respondeu em um minuto!
A grande questão que quero focar aqui e convido você a focar comigo é: você tem amor por você? Tem amor pelas pessoas que você ama? Não deixe para depois, buscar ajuda faz muito bem. Sei disso, pois foi necessário que eu mesmo a buscasse e passei a enxergar uma gota de esperança em meio ao deserto no qual estava trilhando.
Tenho feito acompanhamento psicológico semanal! Isso mesmo, pois sou humano, passível de erro, de fraquezas, de tristezas e é sempre bem-vindo alguém de fora pra acertas detalhes que por vezes não enxergamos. Não fuja das suas dificuldades, não busque se ocupar apenas para tentar se esquecer dos problemas, não preencha com qualquer atividade fútil o vazio que você sente, não finja que não é com você.
Deixe o Ego de lado, todos nós somos humanos, sensíveis em maior ou menor grau, mas todos o somos, portanto busque ajuda. As pessoas esperam que o ano que está começando seja melhor que o anterior, mas talvez seja o inverso, talvez seja o ano que está começando que espera que as pessoas sejam melhores.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)