A ausência do vereador Zé Carlos (PSB) da presidência da Câmara de Campinas deve durar mais tempo que o previsto. A “CPI da Propina” solicitará ao Ministério Público o afastamento do vereador de suas funções enquanto durarem os trabalhos da Comissão. Um ofício será encaminhado ao MP para que o Judiciário seja acionado.
Zé Carlos, pivô do suposto esquema de cobranças de propina na Câmara a empresas terceirizadas, pediu licença da presidência por um período de 30 dias para cuidar da saúde e de sua defesa. O prazo da dispensa vence no dia 28 de outubro.
Votaram a favor do pedido de afastamento os vereadores Paulo Bufalo (PSOL), Paolla Miguel (PT) e Paulo Gaspar (NOVO) durante a segunda reunião ordinária da CPI, que aconteceu nesta quarta-feira (19), no Teatro Bento Quirino. Higor Diego (REPUB), Carmo Luiz (PSC) e Major Jaime (PP), relator da Comissão, foram contrários. Como o vereador Luiz Cirilo (PSDB) se absteve da votação, coube ao presidente da CPI dar o voto de minerva para o envio do documento. “É nosso dever essa solicitação”, disse o presidente Paulo Gaspar.
As primeiras oitivas
Durante o encontro, foi agendada para a próxima quarta-feira (26) as primeiras oitivas. A partir das 10h, será ouvido pela CPI o empresário Celso Palma, diretor do Grupo Mais, responsável pela operação da TV Câmara Campinas. Áudios divulgados pelo MP no mês passado revelaram conversas suspeitas entre Zé Carlos e Palma em negociação envolvendo a manutenção do contrato da empresa com a Câmara.
Na parte da tarde, a partir das 14h, está programado o depoimento do vereador Marcelo Silva (PSD), que teria levado o caso de pedido de pagamento indevido por parte de Zé Carlos ao Ministério Público.
MP afirma que cobrança de propina começou assim que Zé Carlos assumiu presidência
Transparência
A CPI deliberou que as oitivas serão abertas ao público e transmitidas ao vivo pela TV Câmara. “Vamos seguir o princípio da transparência, e dentro das normas legais tudo será aberto no processo de investigação”, disse Paulo Gaspar.
Dentro do objetivo de aprofundar as investigações, a CPI também quer saber detalhes de outros contratos da Câmara com empresas terceirizadas. Um dos alvos é a obra de reforma do prédio da Câmara localizado na Avenida da Saudade, no bairro Ponte Preta. Em função das obras, as sessões da Casa vêm acontecendo no Teatro Bento Quirino. Reuniões com outros representantes do MP serão agendadas futuramente.
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