Com a marca de 21,88m, sua melhor na temporada, o brasileiro Darlan Romani ficou na quarta colocação do arremesso do peso dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, nesta quinta-feira, 5. Com isso, o brasileiro atingiu seu melhor desempenho na competição, já que no Rio 2016 terminou em quinto lugar.
O catarinense chegou aos Jogos Olímpicos como o terceiro colocado no ranking mundial. Na final, brigou pelas medalhas até o último arremesso, mas acabou na quarta colocação. O pódio em Tóquio foi o mesmo do Rio 2016: o ouro ficou com o americano Ryan Crouser, com 22,30m, novo recorde olímpico, a prata, com Joe Kovacs, também dos Estados Unidos, com 22,65m e o bronze, com o neozelandês Thomas Walsh, com 22,47m.
“Com certeza não era o resultado que eu queria. A gente sonha, corre atrás e isso acontece. Cada um nas suas condições, eu tenho uma condição no Brasil, eles têm outras nos Estados Unidos e na Nova Zelândia, não sei como são as condições individuais de cada um. As minhas condições para o resultado que eu tenho são boas, no ano passado, em março, eu estava bem, a milhão, ia fazer uma temporada excelente. Mas entrou a pandemia, tive que operar (hérnia de disco), passei pela Covid, não foi fácil pra gente. É difícil falar, cada um é cada um. Eu me dedico ao máximo”.
O último ano foi de muitas dificuldades para Darlan, que vinha tendo um bom ciclo olímpico até 2019, com treinos fortes e resultados animadores. Mas, a chegada da pandemia interrompeu sua preparação e trouxe sérios problemas para o atleta.
“Está muito aflorado agora. Vou colocar a cabeça no lugar. Em 2020 eu vinha treinando bem, mas aconteceu tudo que aconteceu. Minha recuperação era prevista para seis semanas, eu voltei em quatro. Aí teve a Covid do meu irmão e da minha mãe. Depois eu passei pela Covid. Você para para olhar, o quarto lugar é ruim? Não é ruim, mas o sonho é maior. Quero isso para mim e para minha família. Tenho que treinar, colocar os pingos nos is, voltar para o Brasil, ver minha família e treinar”, projetou o recordista sul-americano da prova.
Em Tóquio, Darlan também não teve a companhia do seu treinador, o cubano Justo Navarro, que não pôde sair do seu país por restrições impostas pela pandemia.
“Ele (treinador) foi pra Cuba, teve problemas dele particulares no Brasil, perda da esposa. A gente filma o treino e manda pra ele. Ele dá as opiniões, mas não tem o que fazer, é uma condição que Cuba está lá, está fechada, ele não conseguiu sair. A gente tentou de tudo, o COB, a Confederação, eu, estou correndo atrás de outra alternativa para levar ele pro Brasil. Todo dia falamos disso”, relatou Darlan.
Na pista
A sessão desta manhã (noite no Brasil) no Estádio Olímpico também teve a participação brasileira nos revezamentos 4x100m rasos feminino e masculino, que não avançaram parra as finais, além doe Felipe dos Santos no decatlo.
O revezamento feminino formado por Ana Cláudia Lemos, Bruna Farias, Rosângela Santos e Vitória Rosa ficou na sexta colocação da segunda série, com o tempo de 43s15, melhor marca da temporada, mas não se classificou para a final.
“Foi uma prova realmente muito forte, conseguimos fazer as passagens, não pisamos na linha, que era uma preocupação muito grande do time. A gente deu nosso melhor, foi o melhor da temporada, talvez se a gente tivesse competido mais um pouquinho antes. Não deu por causa da pandemia, infelizmente não conseguimos o time que estaria junto fazer uma competição. Mas saímos satisfeitas, claro que a gente queria estar na final, demos nosso melhor, mas não deu”, avaliou a medalhista olímpica Rosângela Santos.
No masculino, a equipe do 4x100m composta por Derick Silva, Felipe Bardi, Paulo André Camilo e Rodrigo Nascimento ficou em quinto na série, com 38s34, e também não avançou para a final. “Corremos mal. Nosso desempenho não foi o melhor. Nas passagens acredito que tenham sido boas, tem coisas para ajustar. Mas saímos de cabeça erguida, a pandemia nos afetou bastante”, afirmou Rodrigo Nascimento, campeão mundial em 2019.