Após duas vitórias conquistadas sobre Sérvia e Suíça, com três gols marcados e nenhum sofrido, desempenho que garantiu a classificação antecipada às oitavas de final, o Brasil agora enfrenta Camarões para confirmar o primeiro lugar de sua chave. O duelo acontece nesta sexta-feira (2), às 16h (horário de Brasília), no Estádio Lusail, pela terceira e última rodada do Grupo G da Copa do Mundo de 2022, no Catar.
Esse será o terceiro encontro entre as duas equipes na história das Copas, todos pela primeira fase. Em 1994, nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira venceu por 3 a 0, com gols de Romário, Márcio Santos e Bebeto, no Stanford Stadium, em Palo Alto, na Califórnia, pela segunda rodada do Grupo B.
Sob o comando do técnico Carlos Alberto Parreira, aquela campanha brasileira terminou com a conquista do tetracampeonato mundial, com vitória sobre a Itália nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal, na grande decisão disputada no estádio Rose Bowl, em Pasadena.
Há quatro anos, em novembro de 2018, bem no início do ciclo da Copa do Mundo do Catar, o Brasil disputou um amistoso contra Camarões na Inglaterra e venceu por 1 a 0, com gol do atacante Richarlison, artilheiro do Brasil neste Mundial, com dois gols marcados na vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia na estreia, sendo um deles um golaço de voleio, talvez o mais bonito até agora da atual edição da competição.
Já em 2014, no Mundial sediado no Brasil, houve nova goleada a favor do Brasil, desta vez como anfitrião, e pelo placar de 4 a 1, com dois gols de Neymar, um de Fred e outro de Fernandinho. Matip descontou para os camaroneses. O jogo, válido pela rodada final do Grupo A, aconteceu no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
No entanto, diferentemente do glorioso desfecho de 20 anos antes, o Brasil parou nas semifinais sofrendo a maior goleada de sua história: 7 a 1 para a iminente campeã Alemanha, no Mineirão. Na ocasião, o técnico era Felipão, responsável pelo quinto e último título mundial da Seleção Brasileira, conquistado em 2002, no Japão, justamente sobre os alemães, com vitória por 2 a 0.
Além dos embates oficiais em Mundiais, que curiosamente dão ampla vantagem de 7 a 1 para os brasileiros na soma dos placares, as seleções principais de Brasil e Camarões se enfrentaram mais quatro vezes na história, contando jogos oficiais e amistosos, com direito a outras três vitórias brasileiras e apenas uma camaronesa.
O primeiro gol do ex-bugrino Djalminha na Seleção
Há 26 anos, em amistoso disputado no antigo Estádio Pinheirão, em Curitiba, o Brasil venceu Camarões por 2 a 0, no dia 13 de novembro de 1996. Após gol de falta de Giovanni, o meia Djalminha fechou a conta, aproveitando linda jogada de Denílson e marcando o seu primeiro gol com a amarelinha.
Exatamente um ano antes, em novembro de 1995, o camisa 10 havia deixado o Guarani e se transferido para o Palmeiras, junto com o atacante e companheiro Luizão, revelado no Brinco de Ouro, em uma negociação milionária.
Confira os gols da vitória do Brasil por 2 a 0 sobre Camarões em 1996, com gol do ex-bugrino Djalminha:
Contratado pelo Guarani em 1993, em uma transferência junto ao Flamengo, clube pelo qual foi revelado, Djalminha defendeu o Guarani durante três temporadas, com 44 gols em 92 jogos, divididos por duas passagens, com participação na grande campanha bugrina no Campeonato Brasileiro de 1994, onde a equipe chegou até as semifinais, sob o comando do técnico Carlos Alberto Silva, treinador campeão brasileiro pelo clube em 1978.
Ao todo, entre 1996 e 2002, Djalminha disputou 14 jogos pela Seleção Brasileira e marcou cinco gols. O meia é um dos maiores craques do futebol brasileiro que nunca disputaram uma edição de Copa do Mundo. Ele ficou muito perto de ser convocado por Felipão para o Mundial de 2002, mas acabou ficando de fora da lista por questão de indisciplina. Desta forma, perdeu a chance de se sagrar campeão mundial.
Em outubro de 1996, quando vestia a camisa alviverde, não mais do Guarani, e sim do Palmeiras, antes de se transferir para o futebol europeu e brilhar no Deportivo La Coruña, da Espanha, Djalminha recebeu a primeira convocação para a Seleção Brasileira. Ele apareceu na lista de convocados do técnico Zagallo para a disputa de um amistoso contra a Lituânia, em Teresina. Com Djalminha escalado como titular, o jogo terminou com vitória brasileira por 3 a 1, com três gols de Ronaldo Fenômeno.
O primeiro gol do pontepretano Washington com a amarelinha
Apenas um ano após a eliminação para Camarões com derrota por 2 a 1 na prorrogação da semifinal do torneio de futebol masculino dos Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney, na Austrália, o Brasil se vingou do adversário africano com uma vitória por 2 a 0 na primeira rodada da fase de grupos da Copa das Confederações de 2001. Realizado no Japão e na Coreia do Sul, o torneio serviu como preparação para a primeira Copa do Mundo a ser disputada no continente asiático, justamente nesses dois países, em 2002.
Quem abriu o caminho para a vitória foi o atacante Washington, que marcou o seu primeiro gol pela Seleção Brasileira ao vencer a marcação de dois defensores adversários com apenas um drible e chutar rasteiro, da entrada da área, no canto esquerdo do goleiro. Fatal! Minutos depois, o meia Carlos Miguel deu números finais ao confronto.
Confira os gols da vitória por 2 a 0 sobre Camarões em 2001, com gol do então pontepretano Washington:
https://youtu.be/F18BswfKJWU
Ao contrário do que aconteceu nas Olimpíadas de 2000, quando conquistaram a inédita medalha de ouro, os camaroneses foram eliminados na primeira fase da Copa das Confederações de 2001. O Brasil caiu nas semifinais para a França, então campeã do mundo, e ainda perdeu a disputa pelo terceiro lugar para a Austrália. Os franceses ficaram com o caneco, batendo o anfitrião Japão por 1 a 0 na grande decisão.
A história de Washington na Seleção Brasileira começou em 2001, quando chegou a ser convocado pelo técnico Leão para a disputa da Copa das Confederações de 2001, e continuou até às vésperas da Copa do Mundo de 2002, mas Felipão não o incluiu na lista final. Ao todo, Washington disputou 10 jogos e marcou três gols com a amarelinha.
Na ocasião, Washington despontava como um dos principais destaques da Ponte Preta na grande campanha que a equipe alvinegra fazia naquela temporada. Em 2001, talvez o melhor ano do clube neste século, a Macaca chegou às semifinais do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil, além de se classificar para as quartas de final do Campeonato Brasileiro, à época decidido por meio de mata-mata.
Centroavante goleador, conhecido como “Coração Valente”, Washington fechou aquele ano de 2001 como artilheiro do Paulistão, com 16 gols, e também da Copa do Brasil, com 11 tentos. Ele ainda marcou 18 gols no Campeonato Brasileiro, totalizando incríveis 45 gols em 49 jogos.
Nos tempos de Caxias, Washington chegou a ser comandado pelo técnico Tite, atual treinador da Seleção Brasileira, que busca o hexa na Copa do Mundo do Catar. Em 2017, visando iniciar a carreira de técnico, o ex-atacante chegou a fazer um estágio com Tite na Seleção após concluir curso de formação da CBF.
Com duas passagens pela Ponte Preta, a primeira em 1998, por empréstimo junto ao Caxias, e a segunda de 2000 a 2002, em definitivo antes de se transferir para o futebol turco, Washington é o 7º maior artilheiro da história da Ponte Preta, com 82 gols. Ele aparece atrás de Dicá, Paulinho, Chicão, Osvaldo, Bibe e Baltazar.
Washington é o segundo maior artilheiro da Macaca neste século, com 59 bolas nas redes a partir de 2000. Ele vem logo na sequência de Roger Silva, que soma 67 gols.
As seleções Brasil e Camarões voltaram a se encontrar na Copa das Confederações de 2003, mas desta vez os camaroneses levaram a melhor, conquistando vitória por 1 a 0, com gol do atacante Samuel Eto’o. O time africano chegou até a final, mas perdeu por 1 a 0 para a França, que se sagrou bicampeã da competição com gol do título marcado na prorrogação por Thierry Henry, que depois viria a se tornar carrasco do Brasil na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.
A Copa das Confederações de 2003 ficou marcada por um episódio muito triste: a morte em campo do meia camaronês Marc-Vivien Foé, vítima de um infarto fulminante durante a semifinal entre Camarões e Colômbia, que terminou com vitória dos camaroneses por 1 a 0.