Em cerimônia que marca o 77º aniversário do bombardeio atômico de Hiroshima, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou ser totalmente inaceitável que os Estados detentores de armas nucleares admitam a possibilidade de uma guerra nuclear.
Em seu discurso, no evento que aconteceu na manhã deste sábado (6) na cidade japonesa, ele ressaltou que “as armas nucleares são um absurdo”, e que três quartos de século depois, devemos nos perguntar o que aprendemos com a nuvem em forma de cogumelo que cresceu sobre a cidade em 1945.
Com a presença de dezenas de pessoas, incluindo pessoas afetadas pela explosão, jovens ativistas da paz, o primeiro-ministro do Japão e outras autoridades locais, Guterres alertou que uma nova corrida armamentista está ganhando velocidade e os líderes mundiais estão aumentando os estoques a um custo de centenas de bilhões de dólares.
Segundo o chefe da ONU, atualmente quase 13 mil armas nucleares são mantidas em arsenais em todo o mundo.
Guterres alertou que “crises com graves implicações nucleares estão se espalhando rapidamente, do Oriente Médio à península coreana, à invasão da Ucrânia pela Rússia”, e que “a humanidade está brincando com uma arma carregada”.
Sinais de esperança
Para Guterres, a atual Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares em Nova York é um “sinal de esperança”.
Ele pediu aos membros do Tratado que “trabalhem com urgência para eliminar os estoques que ameaçam nosso futuro, fortalecer o diálogo, a diplomacia e a negociação” e que apoiem a agenda da ONU de desarmamento eliminando esses dispositivos de destruição”.
Guterres também ressaltou que os países com armas nucleares devem se comprometer com o “não primeiro uso” delas e garantir a outros estados que não usarão, ou ameaçarão usar, armas nucleares contra eles.
O chefe da ONU afirmou que “devemos manter os horrores de Hiroshima em vista o tempo todo, reconhecendo que há apenas uma solução para a ameaça nuclear: não ter armas nucleares”.
(Agência ONU News)