O embaixador da Rússia na União Europeia (UE), Vladimir Chizhov, defendeu o direito do Kremlin de lançar um “contra-ataque” na Ucrânia em resposta a uma possível provocação. “Não invadiremos a Ucrânia a menos que sejamos provocados a fazê-lo”, disse o diplomata que representa Moscou em Bruxelas desde 2005, numa entrevista ao jornal britânico The Guardian.
“Se os ucranianos lançarem um ataque contra a Rússia, ninguém deve surpreender-se se nós retaliarmos. Ou então se eles começarem a matar cidadãos russos descaradamente em qualquer lugar”, acrescentou Chizhov.
A Rússia reforçou ainda mais a sua posição militar na fronteira com a Ucrânia no fim de semana, informou o porta-voz do Pentágono, apesar do anúncio de Moscou de que parte das manobras militares estão chegando ao fim.
O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, John Kirby, acrescentou que o presidente russo “tem amplas capacidades à sua disposição”, explicando que Vladimir Putin “continua a enviar forças adicionais ao longo da fronteira com a Ucrânia, inclusivamente no fim de semana”, admitindo que haja bem mais de 100.000 soldados russos na região.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos admitiram que a Rússia planeje orquestrar uma operação para criar um pretexto para invadir a Ucrânia.
Esse alegado plano seria projetado “para fazer parecer um ataque contra eles (os russos) ou contra o seu povo ou pessoas de língua russa na Ucrânia, como uma desculpa para invadir”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, que reiterou a suspeição de que poderá haver uma invasão russa nos próximos dias.
Contudo, a Ucrânia insiste que não vê sinais de uma invasão russa iminente. “Estamos totalmente cientes do que está a acontecer no nosso país. Estamos cientes dos riscos que existem para o nosso país, mas a situação está completamente sob controle. Além disso, não acreditamos que possa acontecer uma invasão nos próximos dias”, disse o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, após uma reunião no Parlamento.
Danilov acrescentou que a ameaça russa é constante, mas sublinhou que o Exército e as forças de segurança “estão preparados para qualquer cenário”, no momento em que os Estados Unidos avisaram que a Rússia aumentou o seu efetivo militar na zona de fronteira, nas últimas horas.