O Presidente norte-americano, Joe Biden, avisou nesta quinta-feira (17) que a Rússia ainda pode invadir a Ucrânia em breve, no mesmo dia em que o governo russo ordenou a expulsão do número dois da embaixada dos Estados Unidos em Moscou.
Falando na Casa Branca, Biden disse que Washington não viu ainda sinais de uma retirada das forças russas concentradas junto à fronteira com a Ucrânia e que os EUA têm “razões para acreditar” que a Rússia está “envolvida numa operação falsa para ter um pretexto para entrar” em território ucraniano.
“Todos os indícios que temos é que eles estão preparados para ir para a Ucrânia, atacar a Ucrânia”, afirmou Biden em declarações aos jornalistas.
O Departamento de Estado norte-americano informou entretanto que a Rússia ordenou a saída do país do vice-embaixador dos EUA em Moscou, Bart Gorman. Washington diz tratar-se de um movimento “não provocado” e “um passo de escalada” na tensão.
A Rússia não forneceu detalhes sobre o porquê da decisão de expulsar o número dois da embaixada dos Estados Unidos.
China
Já a China acusou os Estados Unidos, implicitamente, de alimentar as tensões na crise da Ucrânia, o que Pequim atribui aos planos de expansão da Otan, “que vão contra a nossa época”.
“A China acredita que todas as partes envolvidas devem permitir que a razão prevaleça e lutar por um acordo político, abstendo-se de qualquer ação que possa aumentar as tensões ou alimentar a crise”, disse o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, destinada a discutir a crise na Ucrânia.
“A segurança regional não pode ser garantida pela expansão de um bloco militar. Isso aplica-se à Europa como a outras regiões do mundo”, disse Zhang Jun.
Referindo-se implicitamente aos Estados Unidos, o diplomata sublinhou que o mundo tem “um país que se recusa a desistir da sua mentalidade da Guerra Fria, que diz uma coisa e faz outra para alcançar a superioridade militar”.
Na opinião do embaixador chinês junto da ONU, essa postura pode ser observada “especialmente na região da Ásia-Pacífico, criando pequenos círculos trilaterais que visam provocar confrontos”.