O sofrimento de pessoas e animais afetados pelo barulho dos rojões começou mais cedo neste final de 2022. A euforia da Copa do Mundo antecipou a soltura dos fogos de artifício que atinge o auge na virada do ano. Para amenizar o desconforto sem atrapalhar as comemorações, a Prefeitura de Campinas estuda lançar uma campanha de uso consciente do artefato. O assunto começará a ser tratado em uma reunião agendada para esta segunda-feira (5) no gabinete do prefeito Dário Saadi (Republicanos).
Autor da lei municipal que prevê multa para quem soltar rojões, o vereador Nelson Hossri (PSD) diz que se reunirá com o prefeito a partir das 15h.
“É necessária uma conscientização a respeito dos malefícios que a ação provoca, principalmente em animais, crianças, idosos e pessoas com o transtorno do espectro autista”, explica Hossri.
“Torço muito para que todos tenham essa consciência e respeitem o próximo.”
Desde 2017 a utilização de fogos de artifício que causam poluição sonora é proibida em Campinas. A lei não previa multa, mas no último dia 3 de novembro o prefeito sancionou uma alteração. Agora, quem for flagrado soltando rojões está sujeito a uma cobrança que varia de R$ 400,00 e R$ 2.100,00. As denúncias podem ser feitas à Guarda Municipal (153) ou à Polícia Militar (190).
Segundo Hossri, a medida busca um controle maior da incidência de barulho. “Copa do Mundo e Ano Novo serão datas testes para sabermos se a lei está sendo cumprida”, acredita o parlamentar.
Malefícios
O estouro ou estampido dos fogos de artifício podem causar traumas irreversíveis em animais, segundo explica a veterinária Viviane Lima.
“Os sons altos repentinos atingem o sistema nervoso central dos animais, estimulando comportamentos de fuga e medo. A partir dessa situação, podem ocorrer acidentes e até morte súbita”, diz.
O cachorro Théo é uma das vítimas do barulho. Em dia de jogos do Brasil, seu comportamento fica alterado, conta sua dona, a telefonista Sirleide Duarte. “Ele sente medo e não sabe para onde vai”, observa a tutora, expondo uma situação comum entre os pets no período de festejos. “A gente fica preocupada, mas não há muito o que fazer”, lamenta Sirleide.