Ultimamente, muitas pessoas conhecidas próximas da minha idade, quase 76, e outras na faixa de 30 e poucos anos têm deixado a internet de lado (pelo menos um pouco) e retomado à leitura de livros clássicos, aqueles que valem a pena ler de novo. E, em muitos casos, esses clássicos atemporais nos ajudam a entender melhor o passado e eventualmente apontam caminhos para o futuro.
Na pandemia algumas pessoas passaram a ler mais, e outro motivo que pode tê-las feito buscar livros seria a descrença nas redes sociais. Com essa onda, surgiu um bom fluxo de novos leitores que conseguem absorver um novo imaginário, capaz de nos roubar da mídia social que, em boa parte do conteúdo, nos ‘droga’ e ‘mente’.
Este ano mergulhei na releitura de mulheres que fizeram o Brasil e o mundo serem o que são. Uma delas foi a imperatriz Maria Leopoldina da Áustria. Recomendo muito conhecer melhor quem foi a primeira esposa do Imperador D. Pedro I.
Tenho lido outros temas muito importantes como, por exemplo, a respeito das florestas verdes que nos permitem viver num mundo azul e sobre os jovens abandonados pelo sistema, os Nem Nem Nem (nem estudam, nem trabalham e nem estão procurando emprego). Acredite, precisamos olhar para eles e ajudar a construir novos caminhos, novas histórias.
Também não posso deixar de citar outro tema que tem me inspirado bastante: os incomodados que mudam o mundo. Sobre esse assunto recomendo que leiam gratuitamente no site da Fundação Educar o recém-lançado Os Incomodados que Mudem o Mundo 2, que traz exemplos incríveis sobre quem está ajudando a construir um mundo melhor, escrito pela jornalista Claudia de Castro Lima. Para ler na íntegra e gratuitamente basta acessar este link: https://fundacaoeducar.org.br/biblioteca/os-incomodados-que-mudem-o-mundo-2/ .
O sol da leitura e escrita tem me deixado sem nenhum momento ocioso, e, quanto mais mergulho na leitura, mais fico curioso para seguir pesquisando. Há livros nos quais, desde a primeira página, fico embriagado e o tempo desaparece. Só paro quando sou acordado por um despertador por conta de algum compromisso.
Leio e releio livros e textos ambiciosos, engraçados, empáticos, pluralisticamente generosos e historicamente inteligentes como se eu tivesse chegado ao mais profundo passado e voado para o futuro.
De frase a frase, de parágrafo a parágrafo, cada livro é cativante. Os bons livros nunca são chatos, não cansam, e podem ser até um pouco teatrais. Na verdade, acredito que os livros que nos tocam passam a morar na gente, pois sempre lembramos de um tópico ou frase. Me parece mais verdadeiro do que nunca, e não menos surpreendente no que dizem ou explicam.
Nestas releituras que tenho feito, fui assombrado pelas estranhas e belas cenas de vários capítulos, de retratos íntimos da angústia e do milagre do trabalho gracioso de um escritor que parece ter escrito aquele livro somente para mim. Muitos livros são verdadeiras conversas com o outro e chegam a tocar a alma humana.
Como leitor fiquei surpreso com as coisas lindas que descobri e como escritor fiquei maravilhado com a técnica simples, mas radical, de escrever pouco para multiplicar ideias.
Que tal reduzir o celular e a TV e voltar a experimentar o prazer da leitura? Você poderá se surpreender. E, caso faça essa experiência transformadora, nos conte como foi.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social