Carlos Gomes é o icônico maestro brasileiro que nasceu em Campinas. Seu legado e seu talento avançaram fronteiras e encontraram na Europa a sua plateia de maior admiração. No Brasil, um homem pode ser considerado o maior memorialista contemporâneo do campineiro ilustre. Trata-se do historiador e jornalista Jorge Alves de Lima, presidente da Academia Campinense de Letras (ACL).
Jorge é um bastião do patrimônio cultural que abarca o maestro. É também um entusista de Nhô Tonico, nome carinhoso que Carlos Gomes carregou em sua vida. É neste contexto que a ACL promove nesta segunda-feira, 11 de setembro, sessão solene em homenagem ao compositor Carlos Gomes. O evento integra as comemorações do Mês de Carlos Gomes.
Jorge Alves de Lima, aliás, é autor de quatro volumes sobre o maestro.
As duas últimas obras foram lançadas pela Pontes Editores, de Campinas. Os livros são os seguintes: Carlos Gomes: Sou e sempre serei o Tonico de Campinas; Carlos Gomes: Uma nova estrela; Carlos Gomes: O sono eterno no seu berço natal; Carlos Gomes: A última morada.
Primeiro compositor brasileiro a conquistar notoriedade internacional, Antonio Carlos Gomes nasceu em 11 de junho de 1836 em Campinas. Com seu pai, Manuel José Gomes, mestre de banda e pai de 26 filhos de 4 casamentos, aprendeu a tocar vários instrumentos, inclusive o piano, e aos 20 anos, ajudava no orçamento familiar dando aulas de música.
Consagrado na Europa, viveu um momento de glória quando voltou ao Brasil para apresentar suas três óperas já famosas no Velho Continente – O Guarani, Salvator Rosa e Fosca– no Rio de Janeiro, em Salvador e no Recife. Foi recebido “como um príncipe e como um rei”, como escreveu Visconde de Taunay.
A ópera “O Guarani”, criada por Carlos Gomes e baseada no livro homônimo de José de Alencar, foi o primeiro sucesso de uma obra musical brasileira no Exterior. Carlos Gomes começou sua composição entre 1867 e 1868, mas ela só foi finalizada mais tarde e teve sua estreia no dia 19 de março de 1870, no Teatro Alla Scalla de Milão, na Itália.
Foi no Teatro Alla Scala de Milão, um dos mais prestigiados da época, com a ópera II Guarany, que Carlos Gomes entrou para a posteridade.
Na Itália, escreveu ainda Condor, que foi a única obra que ele fez por encomenda e depois Colombo, a última. Voltou ao Brasil em 1895, doente e com dificuldades financeiras. No Pará, ocupou a diretoria do Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para ajudá-lo. Permaneceu no cargo até morrer, em 16 de setembro de 1896, aos 60 anos, de câncer na língua.
Legado
“Dar protagonismo a ele é manter seu legado para as gerações mais jovens. É manter viva sua memória e dizer o quanto ele foi importante para a música e para Campinas”, define Jorge Alves de Lima.
O historiador lembra que a sua palestra hoje é aberta aos acadêmicos, convidados e aos alunos da Rede Municipal de Ensino de Jovens e Adultos (EJA). É com este grupo que a ACL tem feito um trabalho de educação, leitura e cidadania, por meio de palestras dos intelectuais. Os estudantes têm visitado a ACL com regularidade, bebendo da fonte do saber e abrindo os seus horizontes.
“Tenho muito orgulho desse projeto e agradeço todos os dias a oportunidade de levar a ACL para as escolas e para o público campineiro”, encerra Jorge Alvbes de Lima.
PROGRAMA:
19h30 – Abertura: Presidente Jorge Alves de Lima.
19h45 – 20h30 – Palestra: “Carlos Gomes, uma Vida Inspiradora” a ser proferida pelo presidente Jorge Alves de Lima, pesquisador, historiador e escritor.
20h30-21h00 – Apresentação artística: Vinicius D’ Ottaviano, Diretor Artístico da Academia Campineira de Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas, com a dança do trecho musical de abertura da ópera de Carlos Gomes “O Guarani”.
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