Você sente que a autonomia do pensamento, dos valores e dos princípios anda em um processo de extinção? Sinto isso, sinto que estamos vivendo em uma época onde “pega bem” seguir a fluxo da maré, da massa, pensar igual a todos, agir conforme se espera. “Pega bem” ser omisso mediante a qualquer exposição de opinião.
Afinal de contas, para que arriscar expondo o que se pensa quando o risco de cancelamento ou censura é altíssimo?
Para que expor alguma opinião que possa lhe gerar críticas no emprego, olhares tortos pelos corredores de colegas de trabalho… Para que correr o risco de demissão? Para que expor e não ter sua opinião aceita a ponto de ter familiares lhe virando as costas, seja lá em qual seguimento estejamos nos referindo. Os temas tradicionais que eram vistos como tabus contra discussões eram política, futebol e religião, mas vejo que o buraco é mais embaixo. Hoje, o problema está mais complexo, não diz respeito somente ao tema, diz respeito também ao local em que se expressa e quem esteja ali presente.
Quer piorar ainda mais a situação?
Não precisa de muito estudo ou conhecimento acadêmico para acabar com argumentos alheios. O segredo aprendi na faculdade de filosofia, área na qual sou formado e atuo como professor. É a união do raciocínio lógico de Aristóteles somado ao método da Maiêutica de Sócrates (que basicamente resume-se em fazer boas perguntas).
Antes de se meter em qualquer diálogo, roda de conversas, discussões, reuniões formais de trabalho; pense duas vezes, avalie o cenário, avalie os participantes, avalie as linhas de raciocínio que ali estão sendo colocadas (por vezes impostas!). E, se você for contra tudo aquilo e quiser demonstrar sua insatisfação, basta fazer uma coisa muito simples: perguntar! Mas saiba que naquele exato instante você ganhará perseguição, pessoas querendo lacrar, queixas, inimigos, censuras e tudo o mais…
Parece estranho eu sei, mas é real, prático (já passei e passo por isso). A arte de fazer boas perguntas é fatal, ela acaba com todo e qualquer argumento raso que as pessoas sustentam; principalmente as que querem impor coisas.
Bastas três, quatro, cinco perguntas e pronto, os interlocutores não terão fundamentação teórica muito menos práticas para se defender; para lhe responder e, certamente lhe rotularão, lhe julgarão, erguendo a voz e por aí vai… Triste, muito triste…
O que percebo é que, com a ascensão das redes sociais, a manipulação de verdades aumentou. Torna-se forte como uma maré e arrasta todos os que estão sem sustentação, levando-os em sua direção tornando-se assim maioria em qualquer área.
A partir do que expus acima trago a seguinte frase: “Ao se expor você será o prego mais alto e é justamente nele que o martelo irá bater, portanto tenha ciência disso antes de se pronunciar!”.
Termino expondo uma citação do grande pensador Elbert Hubbard: “O segredo para evitar críticas é bem simples, não faça nada, não diga nada, não seja NADA!”.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial