“Quem não tem problemas que atire a primeira pedra”. Por vezes enxergamos nossa realidade como que estando cercados por problemas, nas mais diversas áreas, nos mais diversos relacionamentos. Há quem assuma 100% da responsabilidade, sendo uma pessoa de perfil centralizador (o que acaba não sendo muito bom para o aspecto emocional com possíveis doenças psicossomáticas) e há quem se exime de total responsabilidade, incorporando um papel de vítima nas mais diversas circunstâncias. É sobre esse tema que convido você a refletir. Posso contar com você? Ótimo, então vamos lá!
Essa reflexão não vem de leituras de artigos, textos, livros… Não, não e não! Tal reflexão tem como base minha vida pessoal. É uma reflexão prática e pessoal, que pode vir a servir para você ou alguém que você conheça. A reflexão pode se dar começando em encontrar um equilíbrio ao se posicionar mediante os problemas que estão ocorrendo em nossa vida, evitando as extremidades como já citadas anteriormente: ou assumindo total responsabilidade ou fugindo da mesma.
Recordo-me que estava passando por um problema X pessoal/psicossomático e dava como certo que tal problema advinha de uma rotina de vida acelerada.
Pois bem, desacelerei a rotina, revisei hábitos práticos, marquei uma viagem crente de que tais sintomas desapareceriam ou no mínimo diminuiriam sendo controlados. Mas, contudo, entretanto, todavia, eis que em meio a viagem a coisa ficou pior. Fiquei sem entender, pensava comigo: “Cá estou eu, fora do ambiente onde convivo diariamente, com seus devidos hábitos e pensamentos e que supostamente me fariam ter tais sintomas. E aqui, no meio do nada, eu os tive, em maior frequência do que o normal!”
Pois é, foi aí que, junto de uma psicóloga, refletimos que não importa o lugar físico/geográfico que você vá, para relaxar, ou até mesmo se refugiar dos problemas habituais do seu cotidiano. De alguma forma eles irão junto com você, irão estar na sua mala, no seu quarto de hotel, no novo ambiente em que esteja frequentando.
Estes problemas estarão lá, para lhe alertar, para lhe chamar a atenção, reforçando que eles não se limitam a um espaço físico/geográfico, muito pelo contrário, eles estão como que gritando; chamando-lhe a atenção para que você os olhe com cuidado e carinho, pois eles querem lhe dizer alguma coisa, querem lhe ensinar algo, querem que você os administre e não os negligencie fingindo que não é com você!
A provocação dessa nossa reflexão tem como intuito de fazer você refletir com cautela sobre estratégias de fuga. Parece-me que de nada adianta você fazer as malas e ir viajar em meio às montanhas, ou para a praia, ou pro Japão, pois grosso modo, SEUS problemas irão estar com você como um acompanhante fiel e engajado. Literalmente a expressão faz sentido; eles são SEUS!
Mediante essa minha experiência pessoal, resolvi partilhar com você essa provocação filosófica de como administrar a realidade na qual estamos inseridos e as consequências que dela colhemos, assumindo a responsabilidade que nos compete e abrindo mão daquilo que não temos controle algum.
De um lado a provocação é a de levar a vida mais leve, doutro é a de parar de fugir dos problemas ficando numa zona de conforto, que no fundo não tem nada de confortável.
Não viaje para esquecer os problemas, pois eles poderão estar dentro da sua mala lhe acompanhando. Termino com uma pergunta para sua reflexão, principalmente agora na reta final de 2021: Nos últimos tempos você viveu anos distintos ou viveu 1 único ano várias vezes (com mesmos hábitos, mentalidades e resultados)?
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)