A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou nesta quarta-feira (8) que a epidemia de meningite, sazonal no Níger, está este ano mais forte, tendo já provocado a morte de 18 pessoas desde novembro e havendo o “risco de propagação internacional”.
O Níger é regularmente atingido por epidemias de meningite devido à sua posição na “cintura da meningite africana”, que se estende pelo continente desde o Senegal, a oeste, até à Etiópia, a leste, disse a OMS, salientando que “a atual epidemia, no entanto, mostra quer um aumento do número de casos, como uma taxa de crescimento maior face às épocas anteriores”.
O fato de a região fazer fronteira com o estado de Jugawa, na Nigéria, faz a OMS temer a expansão da doença, e por isso já confirmou que existe um “risco de propagação internacional”. “A ocorrência simultânea de outras epidemias, insegurança e deslocação da população, tudo isto no contexto de uma prolongada crise humanitária, é suscetível de contribuir para a propagação do surto a outros países da sub-região da África Ocidental”, alertou ainda a OMS.
A OMS avalia o risco representado pelo atual surto de meningite no Níger como elevado a nível nacional, moderado a nível regional e baixo a nível global.
Para combater o alastramento da doença, estão sendo implementadas campanhas de vacinação, no âmbito das quais já foram entregues mais de 600 mil doses da vacina.
De acordo com os números da OMS citados pela agência France-Presse, de 01 de novembro de 2022 a 27 de janeiro de 2023, um total de 559 casos de meningite, incluindo 18 mortes, foram comunicados na região de Zinder, no sudeste do país, o que representa uma taxa de mortalidade de 3,2%.
Entre 01 de novembro de 2021 e 31 de janeiro de 2022, tinham sido comunicados 231 casos, ou seja, menos de metade dos casos.
A meningite é uma inflamação perigosa das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinal. É mais frequentemente causada por uma infeção bacteriana ou viral.
A meningite bacteriana, que é transmitida através de gotículas de secreções respiratórias ou da garganta de pessoas infetadas, é particularmente preocupante, e pode causar epidemias de rápida propagação.
(Agência Lusa)