A quarta dose contra a Covid-19 deve ser administrada apenas em idosos ou pessoas com o sistema imune fragilizado, defendeu nesta terça-feira (10) a Organização Mundial da Saúde (OMS), reiterando como prioritária a vacinação primária a nível global.
“Não há dados específicos que justifiquem recomendar a quarta dose de forma mais generalizada”, adiantou a cientista chefe da OMS, Soumya Swaminathan, numa conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia da Covid-19 no mundo.
A especialista reiterou que a OMS recomenda um processo de vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2 composto por duas doses iniciais e uma de reforço, o que permite “uma resposta imune mais completa e forte”.
“Consideramos que a primeira fase de vacinação é composta por três doses”, explicou Soumya Swaminathan, ao reconhecer que uma “quarta dose pode ajudar” na imunização das pessoas com mais idade ou com doenças que afetam o sistema imune.
Segundo alegou, uma parte considerável da população mundial ainda não tem acesso a vacinas, como é o caso de África, continente onde apenas 15% da população total receberam as primeiras duas doses.
“Na África, apenas 26% da população com mais de 60 anos recebeu duas doses e isso é muito preocupante porque em qualquer surto futuro, como o que estamos a ver em alguns países, esse grupo estará em risco de desenvolver doença grave”, alertou Soumya Swaminathan.