O Papa Francisco participou, na manhã desta sexta-feira (10), no Auditório da Conciliação, em Roma, da 4ª edição dos Estados Gerais da Natalidade, um evento promovido pelo Fórum das Associações Familiares e que visa sensibilizar o público sobre os problemas ligados ao declínio da natalidade e às relativas desejáveis soluções.
“Estou feliz por estar com vocês novamente porque, como sabem, o tema da natalidade está muito próximo do meu coração”, introduziu o Pontífice em seu discurso, ressaltando que “os filhos são dons que recebemos, e isso nos faz lembrar que Deus tem fé na humanidade”. E ao refletir sobre o lema do evento: “Estar presente, mais juventude, mais futuro”, Francisco enfatizou a importância de trabalhar juntos para promover a taxa de natalidade com “realismo, clarividência e coragem”.
O Papa sublinhou que “o problema não é quantos de nós há no mundo, mas que tipo de mundo estamos construindo; não são as crianças, mas o egoísmo, que cria injustiças e estruturas de pecado, a ponto de tecer interdependências doentias entre sistemas sociais, econômicos e políticos”.
Os lares, observou Francisco, “estão cheios de objetos e vazios de crianças, tornando-se lugares muito tristes. Não faltam cachorrinhos, gatos…O que está faltando são crianças”, e completou: “O problema do nosso mundo não é o nascimento de crianças: é o egoísmo, o consumismo e o individualismo, que tornam as pessoas fartas, solitárias e infelizes”, disse.
Sem crianças, não há futuro
O número de nascimentos é o primeiro indicador da esperança de um povo, “sem crianças e jovens, um país perde seu desejo de futuro”, afirmou o Papa, que falou diretamente sobre a realidade da Itália, onde a idade média é atualmente de 47 anos.
Os registros negativos estão aumentando e a Europa está se tornando progressivamente “um continente cansado e resignado, tão ocupado em exorcizar a solidão e a angústia que não sabe mais como saborear a verdadeira beleza da vida”.
Francisco também exortou sobre a urgente necessidade de políticas eficazes e voltadas para o futuro, “semeando hoje para que as crianças possam colher amanhã”.
“É uma questão de implementar escolhas sérias e eficazes em favor da família, colocar uma mãe na condição de não ter que escolher entre o trabalho e o cuidado dos filhos”, concluiu o Papa.
(Vatican News)