O número de mortos no Malaui e em Moçambique em consequência da passagem do ciclone tropical Freddy passa de 400, segundo informou nesta quinta-feira o Departamento de Gestão de Catástrofes (DoDMA). Em comunicado, o DoDMA aponta que desde quarta-feira há ainda registo de 201 desaparecidos. Outras 774 pessoas sofreram ferimentos. Malaui iniciou 14 dias de luto nacional em memória das vítimas.
Cheias e deslizamentos de terras obrigaram cerca de 183 mil pessoas a abandonar suas áreas de residência no Malaui, depois do Freddy ter atingido a região sul do país, onde os distritos de Blantyre, Chikwawa, Chiradzulu, Machinga, Mulanje, Neno, Nsanje, Phalombe, Thyolo, Zomba e Mangochi foram os mais afetados.
Blantyre, capital econômica do país e segunda cidade do Malaui, foi uma das zonas mais afetadas, ao registar 98 das vítimas fatais.
O presidente do Malaui, Lazarus Chakwera, visitou o Hospital Central Queen Elizabeth em Blantyre, onde saudou os feridos pelas cheias e deslizamentos de terra e elogiou os trabalhadores da saúde.
Freddy é já um dos ciclones de maior duração e trajetória nas últimas décadas, tendo viajado mais de 10 mil quilômetros desde que se formou ao largo do norte da Austrália, em 4 de fevereiro, e atravessou todo o oceano Índico até à África Austral.
O ciclone atingiu pela primeira vez a costa oriental de Madagáscar em 21 de fevereiro e regressou à ilha a 5 de março, onde deixou um rasto de 17 mortos e 300 mil pessoas afetadas.
Em Moçambique, o ciclone, que teve o seu primeiro impacto a 24 de fevereiro e voltou a tocar terra no final da semana passada, causou pelo menos 58 mortos.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Freddy pode ter quebrado o recorde de duração do furacão John, que durou 31 dias em 1994, embora os peritos da instituição não confirmem este recorde até que o ciclone se tenha dissipado.