Há três dias, a região da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEX), em Campinas, vive rotina diferente daquela dos últimos dois meses. O acampamento dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foi desmontado na noite da última segunda-feira (9), assim como todos os outros espalhados pelo país, atendendo à determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda assim, uma viatura da Polícia Militar permanece no local onde antes estavam os manifestantes.
Em todo o estado de São Paulo, 34 acampamentos foram desfeitos com interferência da Polícia Militar. É o maior número do Brasil. Em segundo está o estado do Paraná, com 13, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 10, e Santa Catarina e Mato Grosso, com cinco cada.
Viaturas da Guarda Municipal também passam com frequência na região e reforçam a presença da Polícia Militar, que tenta garantir que os manifestantes não voltem para frente da EsPCEX. Por cerca de 70 dias, moradores do bairro tiveram de lidar com bloqueios frequentes da Avenida papa Pio XII, nos dois sentidos, e transtornos provocados por carros de som, megafones e veículos estacionados em vias secundárias do bairro.
Este será o primeiro final de semana, desde o segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro, sem concentração de manifestantes em frente à Escola de Cadetes. Nesta sexta-feira, o STF conclui a votação e decidiu, por unanimidade, manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Na quarta-feira (11), Moraes determinou às forças de segurança pública de todo o país, incluindo as polícias militares, que impeçam qualquer tentativa de bloqueio de vias urbanas e rodovias ou a ocupação de prédios públicos.
Segundo a decisão, qualquer pessoa flagrada bloqueando vias e forçando a entrada em prédios públicos deve ser presa em flagrante, ficando também sujeita a multa de R$ 20 mil. Se houver empresas envolvidas, a multa determinada foi de R$ 100 mil. Veículos utilizados devem ser identificados e apreendidos.
As multas devem ser aplicadas não somente a quem participar diretamente desses atos, como também a quem promova a incitação, inclusive em meios eletrônicos, ou que preste apoio material logístico e financeiro à manifestações que visem atacar o Estado Democrático de Direito.