A Polícia Judiciária (PJ) de Portugal confirmou nesta terça-feira (5) que localizou em Valongo a bebê de 3 meses que tinha sido levada de Valinhos por um português detido nesta segunda-feira (4) sob suspeita de tráfico internacional de recém-nascidos. Em comunicado, a PJ informou que “em estreita colaboração com a Polícia Federal do Brasil, localizou a bebê que tinha sido transportada para Valongo”.
Segundo informou a PJ em comunicado, a bebê está em boas condições de saúde e foi entregue aos cuidados de uma casa de acolhimento. O português detido em Valinhos tem de 50 anos, é empresário e não possui antecedentes criminais. Ele é suspeito de tráfico de pessoas e falsificação ou contrafação de documentos.
O homem teria conseguido registar a menina, com menos de um mês de vida, como sendo sua filha biológica, detalhou a Polícia Judiciária portuguesa. A criança foi levada para Portugal no dia 24 de outubro e era cuidada pelo homem e por seu companheiro em Valongo, na zona metropolitana do Porto.
“Em finais de novembro, o mesmo suspeito regressou ao Brasil e realizou o mesmo procedimento, tendo em vista conseguir idêntico resultado com outro recém-nascido, desta vez do sexo masculino, o que levou à sua detenção”, diz o comunicado da PJ divulgado à imprensa portuguesa. O companheiro do suspeito detido em Valinhos, de 44 anos, também empresário e igualmente sem antecedentes criminais, foi interrogado e liberado.
Entenda o caso
A Operação Deverra foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (4). No total, foram cumpridos seis mandados judiciais (quatro mandados de busca pessoal, um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva), nas cidades de Valinhos e Itatiba.
A investigação teve início no último dia 30, com notícia fornecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo de que um bebê recém-nascido na cidade de Valinhos, que ainda se encontrava no hospital, havia sido abandonado pela mãe e foi registrado como filho de um homem de nacionalidade portuguesa.
As suspeitas recaíram no possível tráfico internacional de bebês, e verificou-se que em menos de um mês, o mesmo homem de nacionalidade portuguesa havia registrado outra recém-nascida no mesmo hospital como sua filha.
A Polícia Federal constatou que esses registros de paternidade se deram por uso de documentos falsos perante a Justiça Estadual, em juízos diferentes, acompanhados de pedidos de guarda unilateral dos bebês, o que lhe permitiria sair do país sem anuência da mãe.