Pontepretano nato, o técnico João Brigatti resolveu ouvir o coração para atender ao chamado do presidente Marco Antônio Eberlin e aceitar a difícil tarefa de salvar a Macaca do rebaixamento à Série C.
“Quando se trata de Ponte Preta, a emoção e o coração falam mais alto. Nunca neguei que sou pontepretano, mas também sou profissional. Não venho aqui para apagar incêndio, não quero rotular dessa forma”, disse o treinador de 60 anos, em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (7), a primeira em seu retorno ao clube menos de seis meses após ele próprio tomar a decisão de deixar o comando da equipe diante do mau início de Série B.
“Os jogadores me receberam bem e tive a oportunidade de dar uma satisfação a eles sobre a minha saída. Eu abri mão de uma situação, mesmo com tanto desemprego no Brasil e um salário bom aqui, porque eu entendia que era o melhor para a equipe. Aquele era um momento de transição entre competições, com atletas novos. Eu vi que as coisas não estavam andando e, por isso, a minha saída”, explicou João Brigatti.
“O Nelsinho veio e, mesmo com limitações, conseguiu bons resultados, principalmente dentro de casa, para ficar bem na tabela. Mas a Série B é um campeonato traiçoeiro e as coisas pioraram no segundo turno. São situações que já passaram e agora a gente vive esses três jogos importantes. Vamos dar a vida para manter a Ponte Preta na Série B”, completou Brigatti.
“O nosso desafio é esquecer o passado. Precisamos focar nessas três decisões, começando pelo Vila Nova. É momento de ter o apoio de todos para mudar o nosso astral. Precisamos ser positivos e alegres dentro do clube, depois a gente pensa no que precisa mudar. Isso é papo para o futuro. A gente precisa manter a Ponte na Série B. Eu já disputei Série C, é um campeonato diferente e que precisa de muito cuidado, mas a Ponte não cabe na Série C”, apontou João Brigatti.
Apresentado na última quarta-feira (6), o técnico João Brigatti já comandou dois dias de treinamento e ainda terá mais quatro de trabalho até o duelo contra o Vila Nova, na próxima segunda-feira (11), às 18h30, em Goiânia.
“Temos pouco tempo de treinamento, mas conheço o elenco. Num momento como esse, a gente precisa tentar uma situação diferente, criar um fato novo para mexer com o astral da equipe, às vezes fazer uma alteração de peças ou mudar o sistema de jogo para a equipe tentar reagir”, explicou João Brigatti.
“Necessitamos do resultado positivo, mas precisamos de muito cuidado para enfrentar o Vila, que tem feito uma campanha boa no Campeonato Brasileiro. Não podemos atacá-los de qualquer forma. Vamos priorizar a organização defensiva para que o ataque consiga criar chances também. A gente quer um time coeso, competitivo e centrado dentro dos 90 minutos”, deseja Brigatti, projetando o próximo compromisso contra um adversário que está na primeira metade da tabela e pode entrar em campo ainda com chances de acesso.
“Não serei o treinador da Ponte em 2025. Pelo que me falaram, já tem até alguém acertado ou apalavrado com o presidente para o Campeonato Paulista. Venho para tentar resolver com o elenco apenas essas últimas três partidas. A gente está em um momento bem difícil, sentimos a pressão externa e interna, mas precisamos mobilizar e ter o elenco com sorriso no rosto para entrar em campo e jogar futebol”, pediu Brigatti.
“São três partidas e podemos pode ter lesões e suspensões, então eu conto com todos. Nosso elenco não pode abrir mão de ninguém agora. A gente conta muito com o Élvis, sendo titular ou não. Conversamos com ele para mobilizar o elenco, pois tem uma ascensão grande sobre o elenco. Vamos tentar fortalecer o time mentalmente também”, destacou João Brigatti.
“O Jeh está lesionado, em tratamento, mas o departamento médico está intensificando o tratamento em cima dos atletas. Temos a projeção de contar com alguns jogadores. Temos sexta, sábado e domingo para definir o sistema e também quem vai para a partida”, disse o novo comandante da Ponte.
Sem trabalhar desde que optou pela saída da Ponte Preta, em maio deste ano, João Brigatti revelou que, ao longo desse período, recusou convite de times de Série B e Série C. “Eu tive outras propostas, uma da Série B, nessa mesma situação, mas para seis jogos, e duas da Série C, também para lutar contra a queda, mas não aceitei”, expôs João Brigatti.
Faltando apenas três rodadas para o fim da Série B, a Ponte Preta é a 17ª colocada, com 38 pontos, um a menos que o CRB, primeiro time fora da degola, com 39.
Depois do duelo fora de casa contra o Vila Nova, a Macaca recebe o Sport, quarto colocado, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, antes de encerrar sua participação no campeonato visitando o Avaí na Ressacada, em Florianópolis.
“É um momento difícil que a gente está vivendo, mas ainda dependemos da gente. Se conseguirmos os resultados, vamos conseguir sair. Peço o apoio de todos. Isso é mais necessário agora do que das outras vezes”, apontou João Brigatti.