A Alemanha considerou injustificável a expulsão de 40 diplomatas alemães da Rússia, comunicada esta segunda-feira (25) pela Rússia. “Os 40 membros das representações russas na Alemanha que nós expulsamos há três semanas não trabalharam um único dia ao serviço da diplomacia durante a sua permanência na Alemanha”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, num comunicado.
Já em relação aos diplomatas alemães expulsos por Moscou não há “absolutamente nada” a ser apontado, defendeu a ministra, considerando assim que a decisão russa “não se justifica de modo algum”.
A Rússia anunciou hoje a expulsão de 40 diplomatas alemães, como medida de retaliação a uma decisão semelhante tomada pela Alemanha na sequência da guerra na Ucrânia.
O embaixador alemão em Moscou, convocado nesta segunda pelo governo da Rússia, recebeu a informação de que “40 funcionários das missões diplomáticas alemãs na Rússia foram declarados ‘persona non grata’”, segundo indicou a diplomacia russa em um comunicado de imprensa.
O comunicado salienta que se trata de uma “resposta simétrica” a uma decisão semelhante e “abertamente hostil” do governo alemão, tomada em 4 de abril.
A ministra do Negócios Estrangeiros da Alemanha afirmou hoje que os diplomatas russos expulsos por Berlim “agiram durante anos e de forma sistemática” contra a liberdade e a coesão da sociedade alemã. “A sua ação também ameaçou aqueles que aqui procuraram proteção, não podíamos continuar a tolerá-la e também não a toleraremos no futuro”, disse Baerbock. “Com as expulsões de hoje, a Rússia continua a prejudicar a si própria”, acrescentou.
Nas últimas semanas, muitos países europeus, incluindo Alemanha, França, Itália e Espanha, expulsaram dezenas de diplomatas russos.
A Rússia prometeu responder a cada uma dessas medidas e já expulsou da Rússia dezenas de diplomatas ocidentais.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia teve início no dia 24 de fevereiro. O conflito causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
(Agência Lusa)