As autoridades ucranianas e russas concordaram em estabelecer neste sábado (19) 10 corredores humanitários para ajudar civis em zonas mais afetadas pela guerra na Ucrânia, anunciou a vice-primeira-ministra ucraniana. Iryna Vereshchuk disse que o acordo prevê um corredor humanitário na cidade portuária de Mariupol, sitiada pelas forças russas.
O acordo abrange também vários corredores na região da capital da Ucrânia, Kiev, e vários na região de Lugansk (leste).
Numa mensagem em vídeo, Vereshchuk anunciou ainda planos para entregar ajuda humanitária na cidade portuária de Kherson (sul), que está atualmente sob controle das forças russas.
Também numa mensagem vídeo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou as forças russas de blo quearem as maiores cidades para deteriorar as condições de vida e forçar os ucranianos a cooperar. Zelensky disse que os russos impedem que os abastecimentos cheguem às cidades cercadas no centro e sudeste da Ucrânia.
Imagens de satélite de sexta-feira da empresa norte-americana Maxar Technologies mostraram uma longa fila de carros deixando Mariupol, durante uma operação para retirar civis. Zelensky disse que mais de 9 mil pessoas conseguiram deixar a cidade no último dia.
A guerra na Ucrânia, que entrou neste sábado no 24º dia, foi desencadeada pela invasão russa do país vizinho, em 24 de fevereiro. A ONU confirmou a morte de 816 civis até quinta-feira (17), incluindo 59 crianças, mas tem alertado que os números reais “são consideravelmente mais elevados”.
A guerra na Ucrânia também provocou mais de 3,2 milhões de refugiados, na pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.