A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) tem alcançado reconhecimento e destaque nos rankings nacionais do setor. Por vários anos, conquistou o primeiro lugar entre as maiores empresas municipais de saneamento do País, segundo a principal publicação do segmento. Para o gerente de Comunicação Social da companhia, Marcos Lodi, o cenário positivo da empresa se deve ao conjunto de investimentos sucessivos, aos princípios da boa governança adotados pelos gestores e aos objetivos que norteiam o trabalho, entre eles a busca por excelência em indicadores de água potável e saneamento. Lodi lembra ainda que a Sanasa mira princípios do Pacto Global da ONU e metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
Veja abaixo a entrevista concedida pelo gerente de Comunicação Social ao Hora Campinas, na qual detalhou a estrutura dos sistemas operativos da empresa e confirmou os atuais índices de tratamento de esgoto e oferta de água potável. Marcos Lodi falou também dos protocolos adotados pela empresa para enfrentar a pandemia, incluindo as ações de mitigação dos impactos econômicos junto aos consumidores de baixa renda.
Hora Campinas: A Sanasa tem conquistado nos últimos anos o reconhecimento público sobre sua excelência dos serviços. E recentemente conquistou mais uma vez o primeiro lugar no ranking das maiores empresas municipais de saneamento da Revista Saneamento Ambiental, considerada a principal publicação do setor. A que se deve esse desempenho?
Marcos Lodi: Ao longo dos anos, a Sanasa tem como estratégia a capacitação dos seus profissionais, além de investir em obras importantes. EPAR Boa Vista, que possibilitará que Campinas seja a primeira cidade com mais de 500 mil habitantes a ter 100% da capacidade instalada para tratamento de esgoto; reservatórios de água potável e água bruta (projeto Nosso Cantareira), Museu Interativo da Água, Usina Verde Pública, entre outras.
Qual a estimativa de recursos investidos em obras de saneamento e modernização do sistema de água nos últimos dois anos?
A Sanasa investiu nos anos de 2019 e 2020 o montante total de R$ 236 milhões sendo: R$ 101 milhões nos sistemas operativos de água, R$ 115 milhões nos sistemas operativos de esgoto e R$ 21 milhões em outros investimentos.
A companhia é uma empresa de economia mista, com 99% das ações sob controle da Prefeitura de Campinas. Qual a principal diretriz do governo para temas como gestão, sustentabilidade e governança?
A Sanasa visa contribuir para a qualidade de vida da população. Desde 2012, a Sanasa publica o seu Relatório de Sustentabilidade, visando transparência a seus stakeholders e também como ferramenta de gestão para melhoria dos processos e reflexão sobre os impactos do negócio. Temos também como meta fortalecer nosso compromisso com os 10 princípios do Pacto Global da ONU e contribuir para o alcance das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, através do ODS6 – Água Potável e Saneamento. A Sanasa possui ainda o Programa de Compliance.
Campinas acabou de completar 247 anos de fundação, envergando uma grande responsabilidade em temas como inovação e desenvolvimento. Quais os desafios de uma companhia de saneamento para atender uma cidade com perfil metropolitano?
Atingir efetivamente os 300%. Os problemas são variados, entre eles a distância dos bairros mais periféricos, invasões irregulares de moradias e núcleos residenciais não urbanizados, entre outros, com dificuldade para levar redes de água e esgoto. A solução para atender a essas demandas parte sempre do planejamento das ações, além do envolvimento de toda a administração pública, e não somente da empresa de saneamento, pois cada secretaria tem um papel fundamental para o atingimento da universalização.
O ano de 2021 não tem registrado chuvas com volume esperado para atingir níveis satisfatórios nos reservatórios do País. Campinas está preparada para enfrentar uma estiagem severa?
A Sanasa trabalha há anos a questão hídrica de Campinas. Dentre várias ações, o trabalho de troca de redes é destaque. Hoje nossa média de perdas de água é uma das menores do País, 20%. A média nacional é de 36%. Aumentamos a capacidade de armazenamento de água potável em 25%.
Quais as ações adotadas pela Sanasa para minimizar o impacto econômico da Covid-19 junto às famílias de baixa renda?
O setor de saneamento básico é considerado como “serviço essencial”. Algumas medidas de impacto relevante para a sociedade foram: isenção da cobrança da tarifa de água e esgoto para as famílias de baixa renda, cadastradas no benefício da Tarifa Social, que consomem até 10 metros cúbicos de água, e faturamento dos consumidores da categoria residencial pela média consumida nos meses de março, abril e maio de 2019 (medida vigente de março/2020 até agosto/2020).
Quais medidas a Sanasa adotou em termos de protocolos sanitários na empresa para proteger os seus funcionários?
Isolamento domiciliar para funcionários com sintomas relacionados à Covid-19, aferição de temperatura, regime de trabalho remoto para funcionários com mais 60 anos e os que se enquadram no grupo de risco, distribuição de máscara e álcool em gel, esquema de rodízio e flexibilização de horário (vigente em 2020). Uma medida importante adotada na semana passada foi o sistema de atendimento presencial com agendamento digital. Antes de ir até uma das 10 agências de atendimento, acesse o site sanasa.com.br/agendamento e agende seu horário. O agendamento é obrigatório e necessário para evitar aglomerações. Além disso, o próprio site da Sanasa (sanasa.com.br) disponibiliza diversos serviços para o consumidor, sem a necessidade de sair de casa.
Qual o balanço de modernização de redes de distribuição de água dos últimos anos?
A Sanasa vem investindo no programa de troca de redes de cimento amianto para PEAD (polietileno de alta densidade), um material mais resistente. A empresa já trocou, desde o início do programa, em 1994, mais de 400 quilômetros de redes na cidade de Campinas. Hoje, Campinas tem uma das menores perdas de água potável na rede de distribuição, de 20%, bem menor do que a média nacional (36%).
Qual o percentual da população campineira é abastecida com água potável?
99,81% de abastecimento
Qual a capacidade instalada para tratamento de esgoto na cidade?
95% é a capacidade instalada de tratamento e alcançamos 92% de tratamento de esgoto.
Qual o percentual da população é atendida com coleta e afastamento?
Nosso índice é 96,31%.
Quais os planos da Sanasa para os próximos anos?
No início de julho deste ano, o Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento, liberou recursos de R$ 243 milhões para obras de modernização de duas estações de tratamento de esgoto, a Anhumas e a Samambaia-Capuava, da Sanasa. Além disso, a Sanasa continuará os seus investimentos na área do saneamento, com o objetivo de promover a qualidade de vida, saúde e bem-estar dos campineiros.
Quantas ETAs e ETEs estão em operação em Campinas?
5 Estações de Tratamento de Água (ETAs), 22 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), 1 Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR – Capivari II) e 1 Estação Produtora de Água de Reúso (EPAR – Boa Vista) – já está em pré-operação.
Campinas dispõe de uma realidade privilegiada no tocante ao fornecimento de água e ao tratamento de esgoto. Como as boas condições de saneamento básico se refletem no bem-estar e saúde da população do município?
As boas condições de saneamento básico garantem a qualidade de vida da sociedade e refletem positivamente na promoção da saúde, evitando a proliferação de doenças, além de contribuir com o meio ambiente. Por exemplo, em relação à saúde, evitam-se na cidade doenças de veiculação hídrica. Afinal, a cada R$ 1 investido em saneamento economizam-se R$ 4 nos gastos com a saúde. Quando se fala de meio ambiente, ajuda no controle da poluição ambiental, principalmente preservando os nossos mananciais; estimula o uso consciente da água e as boas práticas de higiene, por meio do lançamento correto de resíduos na rede coletora de esgoto.