Você aí minha querida leitora, meu caro leitor, já se deparou inconformado, com sentimento de injustiça por alguma situação indesejada, não previsível que, a princípio, tenha lhe causado algum mal, alguma perda? Quem nunca sentiu isso não é mesmo?!
Eis aqui, em primeira pessoa, alguém que já vivenciou isso, que teve esses sentimentos de frustrações por conta das contingências da vida. É com base nisso que vou expor os argumentos que irão se seguir abaixo. Posso contar com sua participação? Ótimo, então vamos à reflexão!
Penso que quando não se tem certa maturidade é plausível que haja sentimentos negativos perante uma decepção, uma má notícia, uma situação que lhe fuja do controle, mas o tempo nos proporciona a oportunidade de enxergar esses fatos com um novo olhar, olhá-los tal como um “sofrimento pedagógico”.
A palavra sofrimento é delicada, forte, assusta é verdade, mas se não encararmos o fato de que estamos suscetíveis a ela em nossa vida será pior ainda! Sofrer faz parte da condição humana, já pensou se você vier a perder sua mãe? Se vier a perder seu filho? Se você não sofrer, você provavelmente não será um ser humano, mas sim um monstro, dada a frieza de sua reação.
A partir disso temos ainda a palavra pedagogia, que diz respeito ao ensino e ao aprendizado, saliento o que mencionei acima: a vida/ os fatos e suas oportunidades de ensino e aprendizado. Você se considera maduro o suficiente para controlar a duração de tal sofrimento? Duração no aspecto cronológico mesmo, pois, pegando novamente o exemplo da perde de um ente querido da família; sofrer pela perda por alguns dias, meses é totalmente esperado. O delicado é quando isso se perpetua de forma extrema por anos, décadas lhe colocando em uma situação depressiva e lhe impossibilitando de seguir a diante em sua jornada existencial.
Há uma imagem que encontrei na internet que guardo com muito carinho: duas pessoas sentadas; admirando o por do sol, uma diz: “Se eu tivesse a maturidade que tenho hoje não teria cometido os erros que cometi”, e em seguida seu companheiro lhe responde: “Se você não tivesse cometido os erros que cometeu você não teria a maturidade que tem hoje!”.
Há ainda a angústia por não saber os resultados que teríamos caso tivéssemos feito outras escolhas que estavam ao nosso alcance, menosprezando os resultados que temos atualmente, sobre essa angústia o grande poeta português Fernando Pessoa escreveu: “Quem escreverá a história do que poderia ter sido o irreparável do meu passado; este é o cadáver. Se a certa altura eu tivesse me voltado para a esquerda, ao invés que para direita; se em certo momento eu tivesse dito não, ao invés que sim; se em certas conversas eu tivesse dito às frases que só hoje elaboro; seria outro hoje, e talvez o universo inteiro seria insensivelmente levado a ser outro também.”
Um grande abraço e sugiro pensar sobre o que aqui refletimos: enxergar o sofrimento como sendo uma oportunidade pedagógica.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial