O impacto que as pragas vêm provocando na agricultura gera uma preocupação muito grande na mesa do consumidor. Aliado a isso, o processo manual e a falta de monitoramento eficaz fazem com que o problema cresça. Nesse sentido, a Tarvos, startup sediada em Campinas voltada ao desenvolvimento de soluções tecnológicas em coleta de dados para o manejo digitalizado de pragas, indica a necessidade da utilização de Inteligência Artificial em substituição do reconhecimento visual humano.
Carolina Suffi, CCO da empresa, alerta que é urgente um olhar tecnológico de dados para conter perdas no cultivo de culturas, que são as principais commodities do agronegócio. “Estamos fazendo o MIP (manejo integrado de pragas) de forma totalmente anacrônica e precisamos de rapidez na informação, diariamente e em tempo real, do que está acontecendo no campo com a chegada e presença de pragas. Ainda se considera o uso desmedido de pesticidas como principal opção de controle de insetos pragas, porém, atualmente, a tecnologia e a ciência de dados nos mostram que este não é o melhor caminho.” ressalta Suffi.
Conforme Carolina, após um mapeamento do mercado e alguns estudos complementares, a Tarvos chegou a uma solução para o manejo de pragas que permite conectividade em qualquer região do mundo. Utilizando o conceito de computação de borda (edge computing), e viabilizado pela aprendizagem de máquina (machine learning), a empresa desenvolveu armadilhas inteligentes que utilizam transmissão de dados via satélite, ajudando, desta forma, a garantir que insumos químicos e/ou biológicos sejam aplicados onde e quando necessário.
“Trata-se de um produto de baixo custo que diz ao produtor onde e quando ele deve agir, provendo relatórios via WhatsApp e dados de extrema importância para: indústrias, distribuidores e cooperativas, com informações analíticas que fornecem dados sobre classificação e detecção de múltiplas espécies. O processamento de dados é embarcado na própria armadilha com transmissão via satélite e operação 100% nacional, o que permite suporte em âmbito nacional”, explica a executiva.
Andrei Grespan, CEO da empresa, observa que conhecer o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que requer a determinação precisa e rápida das populações de pragas no campo, é fundamental já que isso determina o sucesso da proteção das culturas. “Além disso, a aplicação de defensivos no momento correto aumenta a eficácia e reduz custos”, enfatiza.