Um sentimento de exaustão acompanhado por uma compulsão nervosa é uma coisa muito difícil de saber lidar. O esgotamento envolve a perda da capacidade de relaxar e de não conseguir “simplesmente não fazer nada”.
Estar constantemente correndo atrás de tudo ou fugindo de medos nos impede de abraçar os prazeres comuns — como o sono, longos banhos, passeios, almoços tranquilos, conversas gostosas — que induzem calma e contentamento.
Então, o que é preciso para recuperar a capacidade de não fazer nada, ou, pelo menos, muito pouco sem se sentir culpado?
Talvez seja esperado que eu, neste momento, salte para a psicanálise como um remédio instantâneo. Mas a psicanálise é emocionalmente exigente, demorada e, muitas vezes, difícil. Pode ser útil ou até muito necessária em casos mais recorrentes de esgotamento, aqueles que podem ser diagnosticados como bornout.
Em casos menos graves de esgotamento pode ser que alguns fatos que induzam a exaustão nervosa sejam mais externos que internos. E em alguns casos, fatores internos à psique, como medos intangíveis ou imaginários.
Nosso tempo e a nossa energia podem ser drenados por eventos da vida, bem como pelas demandas do trabalho. Mas muitas vezes sua falta é oriunda das nossas próprias percepções erradas sobre a nossa vida.
A liderança de si mesmo, que é na minha opinião uma forma de superar essas percepções, nasce ao saber como se perguntar. E se nutre ao nunca se entregar.
É necessário refletir sobre o tipo de pessoa que desejamos ser e a importância do nosso próprio exemplo, em especial em como atuar frente a desafios.
É fundamental se fazer perguntas que sejam relevantes e direcionadas para obter informações importantes e insights para si mesmo. E sem mentir para si, jogando a culpa nos outros.
Se fizermos uma autoanálise honesta nos olhando no espelho, podemos chegar a uma melhor compreensão de determinada situação, ajudar a identificar soluções eficazes e promover aprendizagem e crescimento pessoal e profissional. E tudo começa com “uma atitude mental construtiva”.
Ao enfatizar a importância de cultivar uma mentalidade positiva, precisamos acreditar no potencial de manter uma perspectiva otimista para encarar tantos desafios, característica essencial desse tipo de atitude. Encarar as minúcias da nossa existência com um sorriso faz com que tenhamos mais força e energia em cada momento da vida.
É preciso tomar muito cuidado para não olhar somente os aspectos ruins de tudo que vemos, praticando um olhar negativo sobre tudo que não concordamos. Essa atitude pode nos levar a piorar muito a nossa vida, retroalimentar o cansaço e repugnância de tudo, sentindo desprezo ou infelicidade a cada passo.
Se você estiver se sentido refém desses sentimentos negativos ou de exaustão exagerada, procure ajuda profissional. E não deixe para depois, pois pode ser tarde!
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social.