O Secretário Nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann confirmou em reunião nesta terça-feira (1) com vereadores de Campinas, que o novo edital de licitação vai prever uma área menor para o aeroporto de Viracopos. O aeroporto – que está sob administração do consórcio ABV (Aeroportos Brasil Viracopos) desde 2012, deverá ser relicitado no primeiro trimestre de 2022. Segundo previsão dos atuais concessionários, área do sítio aeroportuário deverá ser reduzida à metade.
Apesar de prevista na licitação original, área nunca chegou a ser liberada à concessionária
De acordo com nota distribuída pela assessoria de imprensa da Câmara, Glanzman, afirmou que a relicitação vai prever uma área menor de expansão que os 25 km de extensão existente na concessão atual. Apesar de estar prevista na concessão, essa área nunca chegou a ser utilizada por não ter sido integralmente liberada pela União, lembrou ele.
“Temos hoje em Viracopos o maior sítio aeroportuário do Brasil, com 25 quilômetros de área, mas isso apenas no papel, porque boa parte desta área, cerca de dois terços, ainda não está desembaraçada para uso da concessionária”, disse o secretário, segundo a Câmara.
“Esse fato, inclusive, é fruto de uma ação da concessionária contra o governo federal no valor de mais de um bilhão, uma vez que ela deveria usar esta área, mas não pode”, acrescentou.
Segundo ele, a áreas não-liberadas estão desde a década de 1980 em processo de desapropriação – são inúmeros imóveis entre casas, sítios, granjas, entre outros. Por essa razão, na relicitação apenas as áreas que já estão em posse ou em via de posse do governo entrarão no edital. As que ainda não pertencem à união serão deixadas fora, gerando aí o redimensionamento.
“A evolução tecnológica permite que os novos aviões percorram distâncias maiores, com pistas menores”
O secretário garante que isso não trará impactos negativos ao aeroporto,
“Nos nossos estudos, vinculamos tudo às projeções de demandas para os aeroportos, inclusive levando em consideração a evolução tecnológica que permite que os novos aviões percorram distâncias maiores precisando de pistas menores. Não teremos, pelos próximos 30 anos, necessidade de pistas tão grandes quanto tínhamos no passado”, argumentou ele.
“O redimensionamento levou isso em conta e foi baseado na projeção de demanda. Podemos garantir que ao longo dos próximos 30 anos, período da relicitação, toda a demanda de carga e passageiros será atendida. O aeroporto ficaria com a pista atual, mais uma pista de 2,3 mil metros para passageiros e ainda uma terceira pista”, sustenta ele.
“Não haverá qualquer restrição operacional e toda demanda de carga e passageiros doméstica e internacional será plenamente atendida”, garante Glanzman.
O presidente da Câmara, vereador José Carlos Silva, disse que recebeu do secretário a garantia de que não haverá prejuízos à região. Segundo o vereador, o secretário afirmou que o novo edital conterá uma espécie de gatilho que vai possibilitar ao vencedor retomar a ampliação original caso haja demanda e interesse para isso.
Uma audiência pública sobre o assunto está prevista para meados de agosto deste ano, segundo o governo.
(Com informações da Câmara Municipal de Campinas)