É praticamente impossível imaginar a vida sem internet hoje. Uma das mais importantes revoluções tecnológicas dos últimos 40 anos, a world wide web é a rede que conecta pessoas, empresas, comportamento e consumo, entre tantas coisas. E, dentro desse elo virtual, o isolamento forçado pela pandemia levou as vendas eletrônicas a crescerem 27% no ano passado. Todo mundo teve que se reinventar e ceder à tecnologia, o que deixou muito claro a importância de as marcas oferecerem experiências facilitadoras e sem atritos/conflitos.
Segundo o último levantamento realizado pela NielsenIQ/Ebit, as vendas de e-commerce no Brasil subiram para R$ 182,7 bilhões – 27% mais se comparado com 2020. Esse crescimento das vendas no ambiente on-line foi acompanhado de um número expressivo de novos consumidores. Foram 12,9 milhões de brasileiros que compraram pela primeira vez no ano passado, elevando o contingente para 87,7 milhões de consumidores.
O consumidor quer mais soluções que resolvam e, ao mesmo tempo, agilizem o necessário no seu dia a dia. Isso significa que ele não quer ter acessos a diversos intermediários e busca produtos e serviços de qualidade e uma experiência exclusiva e satisfatória.
Assim torna-se cada vez mais importante que as marcas passem a ter como objetivo o aperfeiçoamento da experiência de compra do usuário, eliminando os possíveis pontos de atrito como falta de informações sobre produtos, problemas no atendimento, poucos canais de interação, checkout lento ou complicado, entre vários outros fatores que, juntos ou individualmente, podem criar barreiras ao comprador.
Com esse perfil de consumidor, surge a necessidade da criação de comunidades baseada em uma compra sem atritos. O South Summit Brazil 2022, encontro global entre startups, empresas e investidores, realizado em maio em Porto Alegre (RS), trouxe à tona a reflexão sobre o poder de criar comunidades e assim atender e acompanhar as tendências de mercado.
Para que as marcas sejam relevantes e se destaquem nesse mercado bombardeado de informações, é preciso oferecer algo essencial à vida. As empresas devem ter em mente que consumidores são seres humanos. Por isso, é importante oferecer, além de uma experiência sem atritos, um propósito que eleve a marca a um relacionamento indispensável para as pessoas.
E a comunidade surge a partir desse momento em que a marca entende e devolve algo para um nicho específico de consumidor. Essa valorização gera engajamento, conexão e pertencimento àquela marca, além de fidelizar e envolver as pessoas no mesmo propósito.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto na região de Campinas