Conversava com uma amiga professora e o tema do nosso bate papo foi sobre nossa reação mediante a pandemia, como a sociedade está encarando tal momento, como você caro leitor (a) está reagindo a tal realidade? Como podemos e escolhemos reagir? Com o que estávamos nos preocupando antes desta doença?
Com quem estávamos perdendo nosso precioso tempo antes da Covid-19: com pessoas que agregam ou que apenas sugam o que temos a oferecer?
Pois bem nossa reflexão de hoje será, dura, provocativa, aliás, como todas as outras, não pretendo fazê-la sozinho, espero que você me acompanhe até o final dela.
Para facilitar nossa compreensão eu tomo a liberdade de comparar a vida com uma estrada, um caminho no qual temos a nossa frente, aliás, caminhos. No plural, pois cada um tem o seu e cabe a cada um também acreditar se tem a liberdade de trilhar o que quiser ou se não, pois ele já supostamente estaria pré-determinado por Deus ou alguma força superior. A partir disso, ouço muitas pessoas querendo que o coronavírus desapareça logo, que tudo volte ao normal como era antes.
Quanto a voltar ao normal sou meio crítico, prefiro problematizar sobre o desejo de “voltar ao que era antes”: aquilo era normal?
Era normal a fome, a desigualdade social, os crimes, a falta de humanidade e empatia, o egoísmo, a escassez de tempo e excesso de preocupações com o futuro?
Não sei se seria bom ‘voltar ao que era antes’, pois foi justamente todo o contexto do ANTES que nos fez chegar aqui. Penso que deveríamos desejar sair dessa fase renovados, como novas habilidades, dentre elas, por exemplo, descansar!
Parece bobo eu sei, mas conversava com uma amiga e ela me disse que estava cansada de descansar. Eu respondi, quando estiver cansada de descansar, pare e descanse! Aproveite, a pandemia é uma realidade, um fato que tem deixado sequelas terríveis, nas famílias que perderam seus entes queridos e na economia deixando muitos desempregados, mas aproveite o Caminho, a caminhada faz parte do trajeto, também ensina, sem o Caminho não chegaremos a lugar nenhum, nem mesmo na solução, na nova fase.
Quem nunca ouviu dizer que: “- O melhor da festa é esperar por ela?!”. É nessa linha de raciocínio que quero conduzir nossa reflexão, pois na maioria das vezes você quer tanto algo no futuro, que a solução chegue logo, que perde preciosas e singelas oportunidades durante a rota, o percurso, a trilha, a caminhada.
Aproveite para desenvolver hábitos e habilidades que estavam adormecidos dentro de você, quem sabe assistir aquele filme em família que há tempos você se prometia mas jamais cumpria com tal promessa?! Que tal promover a empatia e atos solidários doando alimentos, roupas, produtos de limpeza à quem precise ou até mesmo sua atenção…
Aproveite a metáfora que o uso das máscaras nos oferece: fale menos, observe e ouça mais!
Ao caminhar diariamente por essa fase de pandemia experimente acolher o Novo: um novo olhar, uma nova opinião, um novo ponto de vista, um novo hábito, observe novas reações possíveis mediante os fatos que lhe assolam.
Não perca as belezas que estão no caminho por pressa de chegar Lá. Esse Lá do ser humano geralmente nunca é saciado, mas sempre substituído por outros ‘Lás’, outros desejos, outras metas, numa corrida sem fim que só nos faz perder a beleza do presente. O presente de fato merece o nome que tem, de fato é um Presente.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)