Você sabia que o Brasil tem mais bicicletas do que carros? Os números que são de 2020 mostram que existem cerca de 50 milhões de bikes contra 41 milhões de automóveis. E pensar que a primeira bicicleta surgiu há mais de 200 anos, em 1817, e foi batizada de ‘máquina corredora’ pelo barão alemão Karl von Drais. Com o passar do tempo, as ‘máquinas corredoras’ evoluíram e continuam circulando mundo afora.
Recentemente, as bicicletas têm ganhado força nas ruas de todo o mundo como uma opção de uma vida mais saudável e sustentável. Eu mesma cheguei a ter uma bicicleta para trabalhar e, nem faz tanto tempo assim, mas desisti por conta do calor e o sol do meio-dia.
Mesmo com toda evolução trazida por carros, motos, ônibus, caminhões e diversos outros meios de transporte, as bicicletas, bikes, bicis ou magrelas, como são carinhosamente chamadas, estão cada dia mais presentes no cotidiano das pessoas.
E muitas cidades buscam introduzir algumas ciclovias para acomodar o aumento de ciclistas, tentando assim garantir mais segurança para quem pedala. Em Campinas, até julho de 2022 existiam 87,9 km de trechos cicloviários.
Estímulo para usar as magrelas
Recentemente, conheci o Instituto Aromeiazero que criou, em 2016, o projeto Viver de Bike, em São Paulo. Trata-se de uma formação gratuita que pretende promover a bicicleta como ferramenta de geração de renda, cidadania, fortalecimento de economias locais e melhoria da qualidade de vida para jovens de territórios periféricos.
Para tentar ajudar jovens ciclistas que não tem condições financeiras para comprar uma bicicleta, a equipe do Aromeiazero promove campanhas de doação de bicicletas abandonadas há muito tempo em prédios, casas e além disso, oferece apoio e material de divulgação para que toda pessoa possa conscientizar síndicos e administradores de condomínios sobre a importância das doações e estabeleçam um prazo para que as bicicletas possam ser identificadas para a doação sem custos. Geralmente, essas magrelas precisam de conserto e uma boa manutenção.
“Por isso, são direcionadas para os jovens que fazem o Viver de Bike. O mais legal é que durante o curso eles vão aprendendo a consertar uma bicicleta e depois recebem a mesma bike utilizada durante as aulas de mecânica na conclusão do curso. É o seu diploma”, afirma Murilo Casagrande, fundador do Instituto Aromeizero.
Mas é possível pedalar com segurança nas ruas e avenidas?
Para se ter mais segurança é preciso que as cidades tenham programas de redução de velocidade e maior fiscalização contra as infrações.
“Vale ainda destacar que a maioria das cidades tem poucas ciclovias e ruas com trânsito calmo, por isso orientamos como pedala com segurança”, destaca Murilo. Os locais onde foram implantadas ciclofaixas e ciclovias o número de acidentes reduziu consideravelmente.
O que é o Aromeiazero?
O Aromeiazero é um instituto com a missão de promover uma visão integral da bicicleta, como transporte, expressão artística, trabalho, lazer, esporte e também potente ferramenta de mudança no modo de vida e de relações em centros urbanos e comunidades rurais.
Para conhecer e se inspirar em como funciona o projeto Viver de Bike, basta acessar o site www.aromeiazero.org.br.
Kátia Camargo é jornalista e tem andado menos de bicicleta que gostaria, mas adora a sensação de se equilibrar em cima de duas rodas e do vento batendo no rosto.