Duilio Battistone Filho
Academia Campinense de Letras
Incentivado pela imperatriz Teresa Cristina, Carlos Gomes foi estudar em Milão. Inicialmente, estranhou o Inverno muito rigoroso, acostumado ao clima ameno do Brasil. Nessa cidade casou-se a 16 de dezembro de 1871 com Adelina Del Conte Peri, filha de um tapeceiro de Bolonha, pianista emérita, recitava versos e muito comunicativa. O casal teve cinco filhos, três deles, Carlota Maria, Manuel José e Mário Antônio, morreriam antes dos cinco anos de idade. Carlos José morreu tuberculoso, aos 25 anos, em 1888, e Ítala Maria, a última filha, autora de uma
biografia do pai, morreria no Rio de Janeiro, aos 66 anos, em 1948.
Por ter convivido muito pouco com seu pai, pois Carlos Gomes costumava viajar bastante, vale ressaltar que esse livro deve ser lido com suspeição. Além do mais, ela escreveu os fatos como ela gostaria que tivessem sido – e não como realmente ocorreram.
A vida em Milão não era nada fácil para Carlos Gomes.
Terra da polenta e do macarrão, tinha saudades dos petiscos brasileiros. Em casa, exigia que seus empregados
aprendessem a cozinha brasileira, o que causava grandes dificuldades para as cozinheiras italianas entenderem os segredos do virado e do tutu de feijão. Embora realizado como maestro e compositor, ultimamente vivia sérios problemas de saúde e financeiros, a ponto de levá-lo às lágrimas, principalmente quando recordava
de sua infância.
Duilio Battistone Filho é acadêmico. Ocupa a cadeira 25 da ACL