Você conhece alguém que busque aprovação ou reconhecimento? Se identifica com isso? Pois bem, convido você a refletir junto a mim esse tema delicado, principalmente por estarmos vivendo em pleno século XXI, me acompanha nessa reflexão? Ótimo, então vamos lá.
Você já parou para avaliar a quantidade de pessoas que agem em função de outras pessoas? Na quantidade de pessoas que necessita da aprovação de terceiros, no click, no like, precisam de seguidores… É onde justamente perdem a identidade, perdem a chamada “essência” moldando-se para agradar uma maioria.
É como se tivéssemos que ser a “ideia” que fazem de nós, e me desculpe, mas isso é como alcançar a utopia, é algo que jamais acontecerá, uma vez que cada pessoa nos idealiza de uma determinada forma, singular, diferente. É como se os que dizem que nos amam, lá no fundo amam a ideia que fazem de nós, não a nós mesmos, na alegria e na tristeza, na maquiagem ou sem tomar banho…
O que não se faz hoje em dia para conseguir um reconhecimento? Vivemos em uma geração que gira em torno do tal algoritmo, sendo assim, à medida que você navega na internet, em redes sociais, essa própria inteligência artificial separa uma suposta demanda digital para você, a partir do seu click, então veja bem em que site anda clicando e acessando.
Essa necessidade de ser aceito, de ser aceita advém nessa nova geração na venda do sucesso, da felicidade, é como se houvesse uma comercialização da felicidade, vivemos numa época cheia de cobranças, excessivas por uma vida perfeita, cheia de conquistas e sorrisos no rosto e aquela pessoa que não se enquadrar nesse perfil é taxada como infeliz, como carta fora do baralho, literalmente descartável.
Uma geração que busca ser aceita, uma geração vulnerável, infelizmente sem senso crítico, que se deixar manipular por líderes de diversos nichos lhes dizendo o que devem ou não fazer, dizendo o que e em quem acreditar ou não acreditar. Uma vez que você se deixar iludir com tais propostas, frases, opiniões você outorga sua autonomia, delega a terceiros a criação de sua trajetória em troca de tal reconhecimento, abrindo mão da proposta do filósofo inglês John Locke que propôs sermos nós tal como uma folha em branco, a chamada tabula rasa.
Eu convido você a não se comparar com pessoas, não mergulhar em redes sociais e se deixar levar por pessoas supostamente perfeitas e felizes. Dê valor a sua autonomia, a oportunidade se criar sua identidade, de se fazer, como propôs o filósofo francês Jean-Paul Sartre.
Mesmo após tal reflexão imagino que ainda há pessoas que não se identifiquem com tais palavras e almejam certo reconhecimento, almejam serem aceitas por um grupo, abrindo mão dessa autonomia e delegando-a ao líder de determinado grupo, ou nicho. Isso segundo o mesmo filósofo Sartre é intitulado de Má-Fé.
Convido você e colocar na balança, até que ponto é válido abrir mão da própria liberdade e autonomia para ser aceito e pior: ser mais um, mais uma? Não seria melhor ser diferente, desenvolver suas próprias virtudes, tal como sugeriu o filósofo grego Aristóteles? Pense sobre isso, um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)