Você já reparou quantas pessoas passam pela nossa vida e o que podemos aprender com elas? Eu não entendo como eu cheguei aqui. É óbvio quanta sorte e ajuda foram necessárias para me trazer até os meus 75 anos. E eu gosto de usar uma palavra pouco conhecida; “serendipity”. De difícil tradução e que equivale às muitas obras do acaso.
Muitas vezes celebramos aqueles que inventam coisas ou constroem coisas com bravura. Mas aprendi mais estudando e sendo ensinado por homens de modéstia incomum, e se eu fosse escrever o nome de todos, encheria muitas páginas.
Muitos fundadores de empresa, muitos políticos e muitos amigos professores cruzaram e cruzam o meu caminho. Obviamente dois homens e uma mulher foram vitais para a minha trajetória; meu pai, fantástico, minha mãe, maravilhosa, e meu querido irmão que me fez nascer, de tanto insistir com meus pais que queria ter um irmão.
Na época da minha infância, eu era um moleque travesso, mas ajudava todos que me pediam, e aí começou o meu programa infantil mais antigo e popular; ser ensinado pela prática e com o carinho dos mais velhos.
Ao longo de todos esses anos, e até hoje, mais escrevo ou telefono para agradecer alguém do que qualquer outra coisa.
Foram e são pessoas estranhamente semelhantes em sutileza e altruísmo, bom humor e carinho, firmeza e visão. Seus dons comuns não são fáceis para a maioria, mas para essas pessoas eles vêm com uma naturalidade incrível.
Humildade autêntica. Sem buscar holofotes que você vê nos outros. Essas pessoas se posicionam como voluntários de verdade, não superiores. E fazem com que o outro se sinta como a pessoa mais importante do mundo na conversa.
Intenso interesse nos outros. E fazem tantas perguntas que abrem nossos olhos para ver o que não conhecíamos. Elas são privadas e ao mesmo tempo amplas em suas análises.
Com o tempo, você percebe que o poder delas está numa curiosidade autêntica de ajudar os outros e sobre o que realmente faz os outros funcionarem.
Pensam em tudo o que você precisa aprender. E o quanto você for ouvindo intensamente, sai uma pessoa melhor.
Otimismo incomum. Bom humor incrível. Técnicas por treinamento, realismo padrão. Enxergam a bondade nas pessoas e situações e nos circulam de volta para a criança dentro de todos nós.
Têm vida minimalista. Sem mansões chiques. Sem carros esportivos chamativos. E muitos nem têm seu próprio carro ou serviço de TV a cabo. Com muita fé, essas pessoas impressionantes acreditam profundamente em algo além de si mesmas. E isso sem dizer uma palavra para se vangloriarem.
Muitas têm rituais bregas e maravilhosos para encorajar os outros a fazer: feche os olhos por um minuto e imagine todas as pessoas que o ajudaram a chegar onde você está hoje e se sinta um felizardo, agraciado e responsável pelo que recebeu. Amém.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social