Dúvidas sobre se agora é o melhor momento para investir ou se há necessidade de aguardar um eventual momento “mais favorável” sempre existirão. Mas, para o investidor, o fundamental é ter uma visão de longo prazo de sua carteira e, se fizer sentido, ingressar aos poucos em produtos de maior risco relativo.
Quando falamos em tomar risco, devemos entender exatamente qual o perfil do investidor e seu apetite para eventuais riscos. E isso é possível ao responder questionários de instituições bancárias ou corretoras que avaliam o conhecimento e os objetivos ao investir recursos e, também, como funciona o “lado psicológico” de cada investidor, ou seja, como reagiria em momentos de volatilidade do valor dos papéis na carteira.
Há quem tenha a intenção de sair das aplicações nos momentos de queda e entrar nos períodos de alta, mas esse comportamento pode gerar perdas nas duas pontas. É fundamental ter resiliência, disciplina e um portfólio diversificado, deixando de lado a tendência de agir a curto prazo.
Quando olhamos a Bolsa brasileira ao longo dos anos, por exemplo, temos uma clareza maior do comportamento do mercado: quando cai, isso não significa que esta tendência se manterá; e o mesmo ocorre quando registra alta. O conhecimento é o ativo que gera melhores rendimentos.
No momento atual, inflação e fundos multimercados são classes de ativos mais recomendadas para investir e, como alternativas, as aplicações em renda fixa pré-fixada e renda variável também são boas opções. Para o perfil mais conservador, a recomendação está centrada nos produtos de renda fixa, com menor volatilidade. Mas tudo depende dos objetivos e do apetite para riscos de cada investidor.
Risco e retorno costumam andar juntos e, na outra ponta, está a liquidez, ou seja, a disponibilidade imediata dos valores investidos. Se queremos usar o dinheiro a qualquer momento, provavelmente teremos rentabilidade menor. Mas, se reservamos recursos para um projeto de longo prazo, a rentabilidade tende a ser maior. Entender a relação que existe entre rentabilidade, liquidez e risco é fundamental para tomar decisões.
O desenho de uma carteira personalizada para cada investidor tem que levar em consideração a potencial demanda de utilização dos recursos, seja para cobrir eventuais imprevistos ou para cumprir com sonhos e planos de médio e longo prazo. Tudo isso pensado a partir de cada perfil de risco e da necessidade por liquidez.
No Santander, pensamos em três passos para a criação de carteira de investimentos de sucesso: o primeiro consiste em fazer a reserva de emergência com o equivalente ao custo de vida familiar de cerca de um ano, em investimentos de alta liquidez, ou seja, que possa ser sacado com rapidez. O segundo passo é destinar uma parte ao longo prazo, investindo no futuro, na aposentadoria e no complemento de renda. Aqui, os fundos de previdência são, sem dúvida, os mais indicados pelos benefícios de não ter imposto come-cotas e pela portabilidade entre fundos sem recolhimento de impostos, por exemplo. E o terceiro é diversificar e tomar mais riscos na parcela de recursos disponíveis após a aplicação na reserva de emergência e aquela destacada para os planos de longo prazo.
A diversificação é importante para aproveitar os diferentes momentos da economia e até para trabalhar com uma correlação negativa, ou seja, se um tipo de investimento cai, há outras opções no portfólio rendendo mais e fazendo com que a carteira traga retorno no longo prazo. Ter uma carteira diversificada é sempre saudável para o investidor.
Vinícius Libório, é diretor da Rede SP Interior I do Santander Brasil