Tenho 56 anos. Filho de trabalhadores simples, que conseguiram com suor de seus trabalhos criarem três filhos legítimos e um adotivo. Ou seja, sem luxo, sem privilégios e valorizando sempre princípios de verdade, honestidade, família e podendo escolher a crença religiosa, e, sem qualquer preconceito quanto a pessoas deficientes, cor da pele, opção sexual. Portanto, dentro de liberdades de escolha e apenas com alguns princípios básicos.
Respeito aos mais velhos, a opinião alheia e, caso não seja possível o convívio, cada qual para seu lado. Gosto de futebol, de churrasco, de avião, de rádio mais que televisão e jornal. Amo minha esposa, minhas filhas e os pets que convivem diariamente com a gente. Gosto de política, de acompanhar as notícias do mundo e de preferência, saber como está a segurança em minha cidade.
Não me preocupo com a previsão do tempo porque normalmente erram. Pago rigorosamente os tributos de meu CPF e do CNPJ que faço a gestão. Conseguimos com mais de 30 anos de trabalho comprar a casa própria, uma casa na praia, um carro popular e um SUV de 7 lugares, pois ganhei dois genros aumentando a família, e minha sogra, que mora junto (ela é fora de série).
Portanto, temos uma vida dedicada ao trabalho e convivemos com as dificuldades normais.
Rotinas que se seguem e outras que devemos mudar conforme as circunstâncias. Temos uma máxima em casa “Não se faz um campeão sem dor”. E o conhecimento podemos aprender pelos erros dos outros ou dos nossos.
Fiz está introdução para deixar claro que somos uma família tradicional, que quer apenas trabalhar, estudar, usufruir dos ganhos de seu trabalho e tocar a vida curtindo suas folgas, poder viajar de vez em quando, fazer uma festa quando dá, poder consumir aquilo que nos dá prazer e poder escolher nossas companhias, amizades e oportunidades para continuar a vida como ela é de fato.
Sabe o que atrapalha? Governos, política partidária, movimentos estranhos, redes sociais e imprensa. Sabem por quê? Por que foge do meu controle, da minha vista e administração.
Os governos são escolhidos por um processo que não é confiável. As políticas partidárias sendo realizadas baseadas em ideologias cheias de teses, mas só para engodo. Querem mesmo é botar a mão no dinheiro público (recolhido do meu tributo). Movimentos estranhos que se manifestam, de um lado organizado (tem mandante e financiador), e de outro, um completamente desorganizado (sem mandante e sem financiador).
Neste item, porém, cabem algumas observações que não conseguirei esgotar aqui, mas duas são latentes. 1) O movimento desorganizado é feito pelo brasileiro médio comum, e, o organizado, onde se apresentam pessoas capitaneadas em movimentos sociais e sindicais organizados. 2) O uso desses movimentos em prol das narrativas que convêm seus desdobramentos, fomentam exatamente os cenários que pautam as notícias e suas interpretações.
As redes sociais são um câncer que mata dia-a-dia a verdade dos fatos, de opiniões claras e a possibilidade de se construir relações saudáveis, uma vez que todos sabem tudo, são donos da verdade e a opinião do outro facilmente é deixada de lado ou simplesmente esculachada por ser divergente. Não precisa mais aquele encontro no final da aula para os acertos, lembram disso? Os mais velhos saberão do que me refiro.
E a imprensa que infelizmente vem fazendo um papel danoso e deixando de fazer chegar nas pessoas a notícia e o fato como ele foi ou é. A imprensa vestiu camisas, se posicionou, emite opinião ao invés de apresentar a realidade.
E assim, ela entra em nossas casas colocando goela abaixo a sua narrativa e que prejudica em muito a avaliação daquele que recebe a informação. O brasileiro não tem vocação para ser intelectual ou querer saber das coisas como deveria. Lamentável, mas o Brasil precisa de uma lavanderia e explico rapidamente, encerrando este desabafo.
Precisamos limpar nossa Constituição, hoje rasgada e inútil. Inchou o Estado, deu poderes a quem não tem capacidade (intelectual e/ou moral) para manter a lei e a ordem. Vivemos dias difíceis onde quem deveria combater os abusos aos direitos humanos flerta com autoritarismos jamais vistos no Brasil. Onde as autoridades constituídas querem fazer valer sua visão de mundo e de direito.
E isso tendo guarida nos maiores meios de comunicação que estão embebidos numa bolha que só vai prejudicar ao brasileiro comum, que só gostaria de tocar sua vida. Fatos abomináveis estão acontecendo e onde está a notícia verdadeira?
Lembrem-se: o silêncio da maioria permite que a minoria organizada imponha sua vontade. Abram os olhos, cidadão comum e imprensa militante.
Quero um País livre, que prospere pela meritocracia, e que nossas liberdades não sejam tolhidas pelas autoridades, onde seus abusos não sejam protegidos ou escondidos por quem deveria ser os olhos e a visão do povo na divulgação da informação dos fatos e da verdade. Apego-me a Deus, pois se não temos a justiça dos homens, teremos a divina.
Paulo Tomasi Pereira, advogado e pós-graduado em Direito Público, é mediador, professor e escritor