Quando amigos ou grupos sociais se tornam segregados pela política e as fontes de notícias se tornam mentirosas, devemos parar e refletir. É isso que desejamos? Arrumar mais inimigos? No fundo, precisamos de mais diplomacia social.
Pesquisadores da Universidade de Harvard argumentam que o debate aberto é um princípio fundamental da democracia. E que não podemos nos dar ao luxo de abandonar esse princípio diante das ameaças antidemocráticas.
Durante a maior parte da história humana, a ideia dominante de como tomar decisões sobre o futuro era a responsabilidade de reis e imperadores. Foi muito difícil criar a democracia e permitir que todos nós fizéssemos o futuro por meio do debate, da conversa e da escolha.
Demorou muito para que essa reviravolta se tornasse a visão dominante na organização política e a democracia nascesse pelo voto universal. Nestes dias, vivemos um momento que parece estar saindo desse consenso e a ameaça, tanto da esquerda quanto da direita, nos afronta.
Chegamos a uma crise que é, em muitos aspectos, uma crise de democracia liberal. Se nós, como sociedade, perdemos a fé na ideia de que por meio de palavras e votos, chegaremos ao melhor futuro, então estamos essencialmente pedindo uma guerra civil.
Fico alarmado com a ascensão de uma cultura que não acredita em dialogar com aqueles que discordam. Outro desafio está nas mídias sociais que criam temas inflamatórios ao invés de construção de pontes civilizatórias.
Temos que ter força para decidir com liberdade de pensamento e lutar, não importa quem ganhe, pelo nosso querido Brasil.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social