A profissão do jornalista sempre foi difícil. Mas agora, com a profusão de mídias e a rapidez das notícias, a oportunidade de criar algo que faça a diferença para a sociedade ficou ainda mais complicada.
Sabemos que o jornalismo nasceu e existe em sociedades democráticas de verdade e sua função é estabelecer uma relação de fatos e verdades que permitam a evolução do debate público. Sem esse debate, não há democracia.
Portanto, sem jornalismo isento, a democracia sofre ou morre.
Um bom jornalista não só é parte da democracia, pois ela é a causa maior de todo bom jornalista, mas a faz se fortalecer. E aí que começa o dilema. Ser imparcial diante de tantos fatos gerados pela nossa crise que desestabiliza nosso bom senso. Nesta era da pós-verdade, ser um jornalista imparcial, aquele que consegue checar, checar e checar a notícia, dobra o valor e a importância do profissional.
Precisamos urgentemente valorizar o jornalismo como elemento indissociável de um projeto democrático verdadeiro.
Precisamos encontrar meios para apoiar cursos e especializações nessa área para tornar nossos jornalistas profundos conhecedores de todas as áreas vitais de uma sociedade democrática, para aprofundar o debate e criar canais para valorizar essas proficiências.
O cenário atual do jornalismo parece exigir do profissional uma formação específica, com tecnologia e novos modelos de divulgação para gerar impacto relevante na sociedade, na cidadania e na democracia, perpassando a política, a economia e as políticas públicas, com foco na edição atraente para o leitor, mesmo quando trata de assuntos complexos.
A narrativa será o desafio, além da melhor forma de comunicar para o maior impacto na sociedade – é a produção de uma redação para o futuro. O jornalismo exige um modelo de alta qualidade de conteúdo, que agora inclui tecnologia. Isso não mudará nem diminuirá o importante papel do jornalista na construção da sociedade competente em fiscalizar o poder, desvendar mistérios, elevar o debate e refletir sobre as grandes questões nacionais, ao contrário, aumentará.
Para finalizar, desejo fortalecer que as qualidades do jornalista com sua capacidade crítica, bagagem e honestidade intelectual, habilidade analítica e empreendedora para tomar riscos extraordinários, e sua capacidade de comunicação simplificada em temas complexos, serão as plataformas capazes de manter a nossa democracia multifacetada e pluri-ideológica.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social