Antes de escrever este texto, pensei nas grandes líderes mulheres que eu conheço e convivo diariamente, pensei também nas mulheres que acompanho a trajetória, mesmo que não sejam tão próximas, e desempenham papéis de liderança com maestria nos mais diversos setores do Brasil e do mundo.
Ao medir seus trabalhos e suas conquistas, considerei importante ressaltar que as mulheres podem muito mais.
Meu interesse por esse assunto partiu da leitura dos resultados de uma pesquisa do LinkedIn, de 2023, que dizia que as mulheres são menos propensas a se candidatarem a desafios no trabalho a menos que atendam todos os requisitos mínimos, ou superem as qualificações. A maior parte dos homens, contudo, arrisca com apenas 60% dos requisitos básicos para as vagas. Há também o fato de as mulheres, em geral, tentarem 20% menos candidaturas quando comparadas à contraparte masculina.
O estudo traz dados mundiais sobre trabalhadores de 163 países e mostra que as mulheres representam cerca de 42% da força de trabalho, enquanto sua participação em cargos de liderança sênior é de apenas 32%, já no C-suite, a representação feminina cai para 25%.
Mesmo as mulheres talentosas são menos propensas a se candidatar a oportunidades particularmente avançadas e mais bem pagas, porque estão preocupadas em não serem qualificadas o suficiente. Enquanto os homens não parecem se preocupar tanto com suas habilidades corresponderem aos requisitos específicos do trabalho. Essa desigualdade na autoconfiança é fruto e amplia as disparidades entre os gêneros.
Para diminuir a desigualdade de gênero as empresas podem adotar alguns passos práticos, dentre eles: contratação que priorize habilidades em vez de confiar em credenciais tradicionais, como cargos anteriores ou educação, e amplie a diversidade de talentos, abrindo oportunidades para mulheres e outros trabalhadores que podem ter sido negligenciados; remoção de vieses nas descrições de cargos e a inclusão de mulheres nos painéis de entrevistas podem ajudar a tornar a contratação mais inclusiva; também programas de mentoria e treinamento são fundamentais para mulheres em cargos de gestão e para as que buscam ingressar em áreas dominadas por homens.
Espero que os líderes acreditem cada vez mais na equidade entre os gêneros.
Também desejo que ninguém duvide de que as mulheres podem muito mais. E com maior diversidade, só temos a ganhar.
Luis Norberto Pascoal é empresário e presidente da Fundação Educar