Nascido em Sousas (20/11/1871), Benedito Otávio de Oliveira foi uma das principais figuras da intelectualidade campineira. Filho de uma escrava, ficou órfão cedo e sofreu muito com a morte da mãe. Como tipógrafo, começou a trabalhar na Gazeta de Campinas, de Carlos Ferreira. Mais tarde, exerceu a função de jornalista na publicação católica Mensageiro, que tempos depois passou a se chamar A Tribuna.
Como teatrólogo, escreveu mais de 30 trabalhos, entre dramas, comédias e operetas. As peças eram apresentadas de forma bastante precária no Salão Cáritas. Por conta dissso, Dom João Nery, primeiro bispo de Campinas, construiu um pequeno teatro dedicado aos artistas armadores, anexo ao Externato São João, dos padres salesianos. Como poeta, em 1906, lançou Ananké, em versos alexandrinos. A obra foi editada em 1900 pela Casa Livro Azul. Em 1905, escreveu Campinas Antiga, por ocasião da visita do imperador D. Pedro II à cidade.
Publicou também Apontamentos Históricos e Estatísticos de Campinas, obra impressa na Tipografia da Casa Mascote. Em 1922, publicou Campinas e a Independência, seu trabalho histórico mais importante, que foi editado pela Casa Genoud. Benedito trabalhou durante seis anos nos escritórios da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Em 1900, foi contratado como funcionário da Câmara Municipal. Morreu aos 55 anos. Uma rua da Vila Industrial leva o seu nome.
Por Janete Trevisani