O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta sexta-feira (24) que a decisão do Supremo Tribunal de anular o direito ao aborto constitui um “erro trágico” e é resultado de uma “ideologia extremista”. Biden também pediu ao congresso a criação de uma Lei Federal para assegurar o direito.
“A saúde e a vida das mulheres deste país estão agora em perigo”, indicou, numa primeira reação à decisão da mais alta instância judicial norte-americana que termina com o direito ao aborto, lamentando um “dia triste” para os Estados Unidos, que se torna “numa exceção” em todo o mundo.
Biden apelou ao prosseguimento dos protestos de forma “pacífica” e à defesa “nas urnas” do direito ao aborto e das restantes “liberdades pessoais”, quando se aproximam as legislativas que se preveem difíceis para os democratas, o campo político do presidente.
“Podem ter a palavra final. Isto não acabou”, declarou Biden.
Ele avisou que a decisão sobre o aborto poderá afetar o direito à contracepção e o casamento homossexual, ao alertar para “um percurso errado, extremo e perigoso”.
O Supremo Tribunal dos EUA anulou a proteção do direito ao aborto em vigor no país desde 1973, permitindo que cada Estado decida se mantém ou proíbe a interrupção voluntária da gravidez.
Os juízes do Supremo, com uma maioria conservadora, decidiram anular a decisão do processo “Roe vs. Wade”, que protegia como constitucional o direito das mulheres ao aborto.