Você conhece alguém que protege demais o filho? Alguém que tenta suprir todas as vontades da criança? Pois saiba que isso não é nada saudável para o desenvolvimento infantil, podendo inclusive gerar desafios de saúde mental e ansiedade.
Quando tiramos a chance dos pequenos testarem seus limites (errar para acertar depois), serem curiosos, aprenderem a lidar com problemas, ter autonomia e se defender, fazemos com que se tornem pessoas frágeis.
Como podemos desenvolver um locus interno de controle, se não tivermos experiência em controlar a própria vida? Quando estimulamos as crianças a terem experiências reais da vida, estamos preparando-as para serem autores de suas próprias histórias.
A brincadeira independente é crucial para o bem-estar delas. Mas a brincadeira saudável é instrutiva está desaparecendo da vida da maioria das crianças.
Qual foi a última vez que você viu uma criança subir numa árvore, correr livre num parque ou brincar com barro sem que os pais se preocupem se vai sujar a roupa? Qual foi a última vez que você viu uma criança olhando para o céu e tentando adivinhar o desenho que a nuvem formava? Atualmente é mais fácil encontrar crianças focadas nas telas dos tablets ou celulares. Ou seja, elas não estão olhando para a beleza do mundo.
Outro fator interessante é que as famílias diminuíram o número de filhos e isso pode justificar um declínio nas brincadeiras das crianças e um aumento nas atividades supervisionadas por adultos e na responsabilidade escolar.
O jogo independente oferece todos os tipos de coisas para as crianças. Brincar deixa as crianças felizes. Tire a brincadeira das crianças, e elas podem ficar emburradas. Não é preciso um gênio para pensar que, se privarmos as crianças de brincar, elas ficarão deprimidas.
As crianças são projetadas biologicamente para brincar. São nas brincadeiras compartilhadas ou independentes que elas aprendem a lidar com alguém que não está sendo legal, incluindo como lidar com o “bullying”.
Precisamos permitir que as crianças fiquem entediadas para que no ócio elas desenvolvam a curiosidade e a imaginação.
A infância é uma época cheia de descobertas e aprendizados, e cada novo passo dado, molda quem nos tornamos.
Luis Norberto Pascoal é empresário e presidente da Fundação Educar