O inverno no Brasil será marcado por uma onda de calor nesta semana. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), prevê o predomínio de altas temperaturas, tempo seco e baixa umidade, até o final da semana, na maior parte do país, principalmente, em áreas centrais e no interior da Região Nordeste.
Na região de Campinas, o veranico pode ser observado a partir desta terça-feira (22), quando a máxima deve superar os 30°C. As temperaturas aumentarão nesta quarta e quinta-feira, chegando aos 35°C, sem previsão de chuva. O calor provoca uma grande amplitude térmica, de até 16°C.
Segundo o Cepagri da Unicamp, na quarta-feira as temperaturas ficam entre 18 e 34°C, com umidade relativa do ar mínima na casa dos 20%. Na quinta-feira, a tendência é de temperaturas entre 19 e 35°C, mantendo umidade relativa mínima de 20%.
Na sexta-feira, a previsão aponta para mudança nas condições. Embora pequenas, há chance de chuva localizada à tarde e queda de temperatura, que deve atingir a máxima de 28°C.
No final de semana, as mínimas caem significativamente, ficando abaixo dos 10°C e a máxima ficará em torno de 22°C, novamente com possibilidade de chuva.
Incêndios
A Defesa Civil de São Paulo alerta para a possibilidade de incêndios em todas as regiões do estado nos próximos cinco dias. A previsão para esta quarta-feira (23) e quinta-feira (24) é que algumas regiões, principalmente no oeste e noroeste paulista, atinjam o nível máximo de alerta, considerado de emergência.
Calor
Em entrevista à Agência Brasil, o meteorologista do Inmet Heráclio Alves disse que as altas temperaturas verificadas neste mês superaram as expectativas de um inverno já mais aquecido que os anteriores.
“Já tinha uma previsão para esse inverno ser mais quente do que o normal. Mas [as temperaturas] acabaram batendo o que estava previsto já no início da estação, de que seria um inverno realmente com temperaturas mais elevadas do que o normal”.
O meteorologista esclarece, no entanto, que é preciso aguardar o fim do inverno para fazer uma comparação mais consistente com os mesmos períodos dos anos anteriores.
Heráclio Alves também não relacionou as atuais altas temperaturas com o fenômeno natural El Niño, que provoca o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico na sua porção equatorial e, assim, resulta em alterações no clima em parte da América do Sul.
“Não é possível fazer essa relação [com El Niño], porque já existe um sistema típico que atua nesta época do ano. Por enquanto, só faremos a análise no final do fenômeno e vamos comparar com outros anos que tiveram também a ocorrência do El Niño para atestar se houve mesmo alguma relação com as temperaturas mais intensas”, explicou.