O governador João Doria (PSDB) reforçou nesta sexta-feira (17) em Campinas que a vacinação continua no Estado para o público de 12 a 17 anos, e que não há evidências, até o momento, de que a morte de um adolescente de 16 anos, em São Bernardo do Campo, tenha relação com a vacina. Trata-se de nova posição pública manifestada pelo tucano após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticar governadores e prefeitos por utilizarem a vacina da Pfizer para imunizar adolescentes. Ele entende que esses lotes deveriam estar sendo priorizados para a faixa dos idosos.
Essa declaração de Queiroga tem sido criticada por especialistas porque lançou dúvidas para essa população e seus pais, além de criar incerteza e temor sobre a vacina. “A investigação está em andamento, mas não há evidência de qualquer relação com a vacina”, ponderou Doria, sobre o óbito do jovem.
De acordo com o governador, o governo federal quer suspender a vacinação para esse público, com medo de faltar vacinas. “Cabe ao Ministério da Saúde viabilizar a quantidade de vacinas necessárias para a imunização dos adolescentes”, afirmou. Como o Hora Campinas já havia adiantado, o estado de São Paulo manterá a programação de imunizar essa faixa etária. Só o imunizante da Pfizer é autorizado para ser aplicado no público de 1 a 17 anos, porque foi a única amplamente testada. Ela tem o aval da Anvisa.
RetomaSP
O governador João Doria esteve em Campinas na manhã desta sexta-feira (17) para o lançamento do RetomaSP, programa estadual de oferta de serviços de qualificação, investimentos, emprego e renda para toda a população. Ele esteve no Expo Dom Pedro e também no Largo do Rosário, no Centro. Doria anunciou investimentos de 47,5 bilhões em todo o Estado.
Campinas foi escolhida para iniciar o programa por ser uma cidade tecnológica, ter relevância no Estado como polo científico.
Outro fator determinante é que, de acordo com os dados do boletim Seade Informa Economia, divulgado em agosto, a região campineira cresceu 9,2% no 1º trimestre de 2021, a de Sorocaba – que ficou em segundo lugar – avançou 6,8%.
“O programa vai investir R$ 47,5 bilhões e tem a expectativa de gerar diretamente 200 mil empregos, em obras de infraestrutura, rodovias das cidades, rodovias estaduais, portos, aeroportos, infraestrutura de saneamento, hospitais, novas escolas, repasses de recursos para os municípios, investimentos mais robustos em saúde, em proteção ambiental e proteção social. A expectativa é que São Paulo termine o ano com 1,2 milhão de novos empregos”, disse.
Também foram feitas entregas de benefícios integrados ao programa Bolsa do Povo, como cestas básicas para 1.400 famílias da cidade, vale gás para 10.064 famílias, cerca de R$ 30 milhões para o programa Dinheiro Direto na Escola, e R$ 1,2 milhão para vagas em cursos de tecnologia, entre outros.
“O RetomaSP é uma ação capilarizada entre o poder público, que tem capital político e institucional, e o setor privado que determina o crescimento econômico. Juntos somos mais fortes no combate à pandemia e na retomada da economia. Onde houver um brasileiro, nós temos que estar ao lado para ajudar e apoiar”, declarou Doria.
Os eventos do RetomaSP em Campinas foram organizados pela InvestSP, agência estadual de promoção de investimentos e competitividade, e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, em parceria com a Prefeitura de Campinas e a Associação Comercial e Industrial do município.
O evento mobilizou agentes de mobilidade urbana e policiais militares no Centro de Campinas ao longo da manhã, o que levou à interrupção do trânsito e até limites para circulação de pedestres. Questionada, a assessoria de imprensa do governo paulista informou que a intervenção respeitou “plano de segurança elaborado por especialistas, com objetivo de garantir a segurança e a integridade tanto das autoridades como da população, levando em conta, sobretudo, dados de cada região do Estado”.
Trânsito
A visita do governador contou com forte aparato de segurança. Toda a área central, sofreu intervenção no trânsito por conta da presença de Doria no Largo do Rosário. O fluxo de veículos foi interrompido ao longo da Avenida Francisco Glicério e adjacências. Também houve bloqueios, que impediram a circulação de pedestres em diversos pontos da Glicério e em outras vias que dão acesso a ela.
Muitos motoristas e pedestres ficaram perdidos, sem saber o que estava acontecendo, quais as alternativas e onde pegar ônibus. Lojistas reclamaram de prejuízos pela falta de circulação de clientes. Ainda assim, houve pequenos pontos de protestos contra a presença do governador e também contra o trabalho da imprensa.
Sobre os bloqueios no Centro, em nota, a Casa Militar informou que atua com base em informações estratégicas do serviço de inteligência da Polícia de São Paulo e age de forma conjunta com o comando local da Polícia Militar em cada deslocamento. “O plano de segurança é elaborado por especialistas, com objetivo de garantir a segurança e a integridade tanto das autoridades como da população, levando em conta, sobretudo, dados de cada região do Estado”, informou.
Estrutura vai até as 17h no Centro
Quem tiver interesse pode se dirigir até o Largo do Rosário. A estrutura ficará montada até as 17h. O mutirão conta com estandes de serviços diversos como Bolsa do Povo – incluindo Bolsa Trabalho e Bolsa Empreendedor –, Banco do Povo, cursos Novotec e Via Rápida, Empreenda Rápido, Poupatempo, Mutirão do Emprego, Junta Comercial do Estado de São Paulo e projetos promovidos em parceria com Sebrae-SP, Unicamp, Unesp e Univesp.
As ações do RetomaSP integram um extenso pacote de políticas e serviços públicos em um cenário de retomada de atividades econômicas. O objetivo é garantir apoio do setor público e organizações privadas a profissionais prejudicados pelos graves impactos da pandemia.
(Com informações do governo de São Paulo)