Um único leito de UTI Covid livre na rede pública, taxa de ocupação acima de 90%, 16 mortes e 1.006 novos casos de quinta-feira (20) até hoje. O balanço desta segunda-feira (24) divulgado pela Prefeitura de Campinas apresenta os piores números da pandemia em meses. Desde julho de 2021 a ocupação de UTI não superava os 90% e desde 25 de outubro passado, quando os boletins começaram a ser divulgados pelo município duas vezes por semana, não havia tantos óbitos.
A última vez que o total de vítimas da Covid atingiu dois dígitos em Campinas foi em 11 de novembro passado, quando dez mortes foram anunciadas. Em números absolutos, porém, o cenário atual da pandemia é ainda pior do que o de 11 novembro. Naquela ocasião, as UTIs da cidade possuíam 61 pacientes internados com Covid-19, enquanto atualmente o município possui 76. Outros 178 estão em enfermaria (em novembro de 2021 eram 74). A taxa de ocupação de leitos era de pouco mais de 50%, enquanto hoje é de 90,91%, ainda que a oferta de leitos tenha sido ampliada na comparação com quinta-feira passada.
Do total de leitos para síndromes respiratórias agudas graves (SRAG), 110 estão ocupados e dos 11 leitos livres, apenas um é na rede pública, no SUS Municipal. O SUS Estadual, que trabalhava com 10 leitos de UTI, ampliou em 80% a capacidade na comparação com a semana passada. Hoje oferta 18 leitos, porém todos estão ocupados. Na rede particular, dos 74 leitos, 64 têm pacientes.
Um cenário que faz lembrar o auge da pandemia em Campinas, em metade do ano passado. No dia 5 de julho, 15 óbitos por Covid foram confirmados em Campinas e a ocupação das UTIs chegava a 90,4%. A diferença é que, na ocasião, a oferta de leitos era maior e 348 pessoas lotavam as UTIs, enquanto outros 430 estavam internados em enfermaria.
Sobre a piora dos indicadores da pandemia, a Prefeitura de Campinas informou o seguinte, por meio da assessoria da imprensa: “O aumento de casos se deve à variante Ômicron, que proporcionalmente têm sido menos graves e levam a menos óbitos em relação às variantes anteriores. No entanto, alguns casos, em especial de idosos e de pessoas com comorbidades, podem evoluir para óbito.”
A Secretaria de Saúde de Campinas também informou que contará, até o final desta semana, com mais 20 leitos de UTI e 24 de enfermaria exclusivos para Síndrome Respiratória Aguda Grave (LEIA MAIS).
As mortes
Das 16 vítimas confirmadas por Covid-19 em Campinas, três não apresentavam comorbidades. Dez eram do sexo masculino, incluindo o mais idoso de todos, de 106 anos. Dez das mortes foram de pessoas com mais de 80 anos. A mais jovem foi uma mulher de 51 anos. Todos os óbitos ocorreram entre os dias 15 e 20 deste mês.