Venho experimentando a alegria e a felicidade de colher elogios, abraços e carinhos pelo meu trabalho. Agrado a muitos, mas como bem diz o adágio popular “Nem Cristo agradou a todos”, pude provar o sabor amargo da inveja, considerado um dos pecados capitais.
Você sente inveja ou é invejado? Qual é sua relação para com ela?
Inveja, do latim ‘in-videre’, significa: não ver a si. Quando não se observa a si mesmo, resta-nos olhar o próximo.
A inveja vem do olhar, também conhecida como ‘olho gordo’. Ela nasce das diferenças, na consciência delas, formigas não sentem inveja entre si, isso é coisa de humanos…
Uma característica notável desse sentimento é que ele se dá no que nos é próximo, nunca sentimos inveja de alguém distante de nós. Você sente inveja do poder que Alexandre, O Grande possuía? Sente inveja do império de Julio Cesar?
Trago outro adágio popular: “A grama do vizinho é sempre mais verde”. Essa proximidade traz consigo uma falsa sensação de igualdade e abre espaço para a seguinte reivindicação: “se somos iguais, logo devemos ter as mesmas coisas”.
Na Filosofia, Diderot, pensador francês, disse que o verdadeiro invejoso inveja o outro pelo talento que o outro possui; “o talento é imperdoável”, mas há quem não inveje apenas habilidades, invejando também salários, cargos, carros, corpo… Inveja é a dolorosa observação daquilo que nos falta. Há quem use de recursos de sabedoria popular para se defender da mesma, tais como: arruda, espada de São Jorge, alecrim, sal grosso…
Estendo-me ainda dizendo que a inveja é mais fácil de ser exposta quando vemos algum conhecido de nosso círculo social bem de vida. É ali que testamos de fato quem nos ama, que nos apoia, é na alegria das conquistas.
Penso que é fácil estender as mãos à algum amigo que está mal, mas e quando alguém próximo de nós está bem, vai viajar par a Europa, foi promovido, comprou uma mansão, apareceu na TV…? Compreende onde quero chegar?
Termino minha exposição relembrando uma história; a da Serpente e do Vaga-Lume. Este último, cansado de ser perseguido por ela, lhe pergunta: “Por que me persegue?”. Ela responde: “Porque sua luz me incomoda!”.
Ser invejado é sinal de que você está no caminho certo, realizando um bom trabalho e colhendo os frutos disso. Não pise em ninguém, nem retribua o mal com o mal.
Aos invejosos, que olhem mais para si; aos invejados, ilumine com sua Luz!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)